Economia

Medo de quebradeira faz cair o preço das ações de bancos médios

postado em 11/11/2010 08:54
O susto tomado após o anúncio do socorro de R$ 2,5 bilhões que o Banco Central ; via Fundo Garantidor de Crédito ; vai dar ao Banco Panamericano fez com que o mercado acionário amanhecesse nervoso. O principal temor, logo na abertura dos negócios, veio da falta de detalhes que o comunicado publicado na noite de terça-feira trouxe. No chamado ;call de abertura;, período no qual são avaliadas as ofertas de compra e venda dos papéis, as ações do Panamericano tiveram seu preço de negociação estimado em valor 40,91% menor do que o da véspera, atrasando o início das transações por mais de uma hora.

Durante o pregão, os papéis do banco do Grupo Silvio Santos atingiram queda de 35,75%, apresentando uma leve recuperação no fim do dia, ao encerrar as negociações com recuo de 29,54%, cotados a R$ 4,77. O setor de bancos listados na BM também sofreu na abertura, mas se acalmou durante o dia. Ainda assim, o pregão de ontem encerrou com perdas para os bancos de médio porte (veja o quadro). O ABC Brasil, por exemplo, fechou o dia com queda de 0,79. Já o Sofisa apresentou recuo de 4,81%.

Com a leitura de que o problema é pontual e o risco sistêmico é baixo, o problema nos bancos não afetou fortemente o Ibovespa, indicador que reúne as ações mais negociadas. O índice encerrou os negócios com pequena baixa de 0,06% aos 71.638 pontos. Uma das vozes apaziguadoras veio do próprio BC, que declarou estar ;totalmente tranquilo; em relação ao Panamericano. ;O primeiro movimento foi de preocupação com o setor todo. Inicialmente, a piora nos bancos foi generalizada, mas ao longo dos negócios, percebeu-se que o problema parece ser pontualmente relacionado ao Panamericano;, analisou o economista-chefe do ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal.

Risco

Para o economista, os agentes de mercado avaliam que a chance de risco sistêmico, como uma quebradeira generalizada dos bancos, não existe, o que deve levar o setor rapidamente à estabilização. O analista gráfico da Corretora Ativa, Pedro Azzam, lembrou que o abismo no qual mergulharam os ativos do Panamericano no início do dia é uma reação normal às incertezas. ;É um comportamento de massa. O mercado sobe de escada e desce de elevador, mas depois que os investidores analisarem com mais calma, o preço dos ativos do banco podem atém retornar;, afirmou. O presidente da BM, Edemir Pinto, analisou o caso pela manhã e afirmou não acreditar que as possíveis irregularidades atrapalhem o apetite dos investidores pelo mercado acionário ou que levem a uma desconfiança maior. ;É uma situação lamentável ligada, evidentemente, a uma questão de governança;, considerou.

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