postado em 12/11/2010 12:25
Seul - O G20 adotou nesta sexta-feira um plano de ação repleto de promessas para os países em desenvolvimento, que tem por objetivo reforçar a infraestrutura, garantir a segurança alimentar e lutar contra a evasão fiscal, mas que desagradou as ONGs."A prosperidade, para ser duradoura, deve ser compartilhada", afirma o comunicado final da reunião de cúpula das 20 nações desenvolvidas e emergentes que se reuniram em Seul.
O plano anunciado pelos governantes do G20 pretende facilitar os investimentos públicos e privados em projetos de infraestrutura, o que permitiria melhorar as possibilidades de crescimento dos países em desenvolvimento.
"É uma lástima que estes investimentos não se estendam à saúde e à educação, que são tão importantes para o desenvolvimento", lamentou Luc Lampri;re, porta-voz da Oxfam International.
Um grupo de alto nível de 12 membros será formado pelo G20 para arrecadar os fundos para esta iniciativa.
Para garantir a segurança alimentar nos países mais pobres, os países do G20 pretendem desenvolver mecanismos para que estas nações tenham acesso a mais alimentos.
"Intervir para alimentar os mais vulneráveis e garantir o acesso à ajuda humanitária", afirma o texto.
Também prometeram ajudar os países em desenvolvimento a melhorar seus programas de proteção social e sistemas de impostos, em particular combatendo a evasão fiscal.
"O consenso de Seul parece ser que o desenvolvimento é importante, mas que as ações concretas podem esperar mesmo quando um bilhão de pessoas passa fome e que milhões de pessoas se afundaram na pobreza pela crise econômica", disse Lampri;re ao constatar que o programa não inclui ações concretas, apenas promessas.
A Oxfam é uma das organizações que promove a ideia de um imposto sobre o setor financeiro para obter financiamentos adicionais para os mais pobres sem aumentar a carga fiscal aos contribuintes comuns.
A organização Save The Children celebrou o fato do comunicado do G20 mencionar o aumento da ajuda aos países pobres como uma necessidade.
"Mas os governantes devem manter a palavra. A ação deles terá êxito se cada criança crescer com boa saúde e sem passar fome", advertiu a ONG.
"Em setembro de 2009 o G20 respaldou uma Iniciativa Global sobre Segurança Alimentar de 22 bilhões de dólares. No entanto, a iniciativa ainda não tem dinheiro suficiente nem uma estratégia clara sobre onde e como o dinheiro deve ser utilizado", completou.