postado em 12/11/2010 17:41
Brasília - O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) começou a investigar possíveis crimes relativos ao rombo de R$ 2,5 bilhões do Banco PanAmericano. O MPF também acompanhará a fiscalização do Banco Central (BC) sobre a instituição financeira. Responsáveis pela pela investigação, os procuradores Rodrigo Figueiredo e Anamara Osório Silva preferem não dar mais informações sobre o caso nesta fase inicial do processo.A investigação foi aberta a partir de comunicado feito nessa quinta-feira (11/11) pelo BC sobre os indícios de crimes na contabilidade do PanAmericano e não há data para que a apuração termine. O trabalho do MPF pode ter três resultados: arquivamento do caso, se nenhuma irregularidade for comprovada; abertura de inquérito criminal, no qual os procuradores aprofundarão a apuração com a ajuda da Polícia Federal; ou oferecimento de denúncia à Justiça, caso já tenham sido reunidos elementos suficientes para punir os responsáveis.
O Banco PanAmericano precisou recorrer ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para receber um empréstimo de R$ 2,5 bilhões e restabelecer o equilíbrio patrimonial. Do rombo de R$ 2,5 bilhões na contabilidade da instituição financeira, cerca de R$ 2,1 bilhões são referentes a desequilíbrios do próprio banco e R$ 400 milhões relacionados à administração de cartões de crédito, disse nessa quinta-feira o presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele não deu detalhes sobre a fraude contábil do PanAmericano e assinalou que não é competência do BC fiscalizar o setor de cartões de crédito.
De acordo com Meirelles, o BC fez uma avaliação de todo o sistema bancário e não encontrou nenhuma instituição com problemas semelhantes aos do PanAmericano. No entanto, ressalvou, não há garantias de que surjam, no futuro, problemas em outras instituições. O BC, afirmou, continua a investigar a situação do PanAmericano.