Economia

Presidente da Petrobras diz que política do FED é "equivocada"

postado em 17/11/2010 22:00
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, condenou nesta quarta-feira (17/11) a política monetária adotada pelo FED (Banco Central Americano). Segundo ele, os efeitos da depreciação da moeda americana são variáveis, mas quando estimulados no curto prazo podem ser intensificados.

;O problema grave é uma combinação do movimento do câmbio com políticas monetárias que intensificam esses efeitos a longo prazo. Essa política do FED de US$ 600 bilhões [colocados na economia americana], no curto prazo, traz efeitos que aceleram a depreciação do dólar artificialmente e, portanto, deve ser condenada;, disse o presidente da Petrobras ao chegar para a posse do novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Ainda de acordo com Gabrielli, o impacto do preço baixo do dólar no balanço da Petrobras é também variável, uma vez que a empresa se beneficia e é prejudicada pelas oscilações do câmbio. ;No caso do balanço da Petrobras, o impacto do dólar depende de muitas variáveis. Nós somos um grande exportador, e assim o dólar fraco é bom. Mas nós somos um grande importador também. Nós somos credores, então o dólar fraco é ruim. Mas somos um grande devedor também, então nós pagamos, então o dólar fraco é bom. Então o efeito líquido depende muito da intensidade da apreciação do dólar e do momento que ocorre, não é sempre que é ruim;, explicou o presidente da Petrobras.

Para ele, o efeito da crise cambial, a longo prazo, será o aumento da produtividade das empresas exportadoras. Nesse caso, de acordo com Gabrielli, a indústria de máquinas e equipamentos brasileira terá que se preparar.

O presidente da Petrobras comentou ainda que não está preocupado com o modelo de distribuição dos royalties do petróleo que o Congresso está discutindo. Segundo ele, a estatal pagará de qualquer forma, independentemente da forma que fique a distribuição. ;Nós temos uma perspectiva de crescimento de produção muito grande independentemente de novas áreas que serão colocadas em leilão. Acho que quanto mais cedo definir esse marco regulatório melhor para o país. Mas não afeta nosso plano de investimento;, disse.

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