postado em 24/11/2010 14:35
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (24/11) que o sigilo com que foi tratada a crise do Banco PanAmericano obedeceu à legislação. Segundo ele, o BC é proibido de divulgar fatos como as ;inconsistências contábeis; verificadas nos balanços do PanAmericano pelo setor de fiscalização, que constatou perdas de R$ 2,5 bilhões.Meirelles reconheceu que há opiniões divergentes sobre a questão do sigilo, mas avaliou que a medida é correta e visa a preservar o sistema financeiro, além de dar aos controladores de uma instituição em crise a oportunidade de tomar as medidas necessárias para recuperá-la.
;Alguns podem discordar da lei, achando que não deveria haver sigilo bancário e cada vez que o Banco Central descobrisse alguma coisa deveria botar no jornal. Eu desaconselharia Vossas Excelências a aprovar uma lei nesse sentido. Independentemente da gravidade do caso: quanto mais grave, mais objeto de sigilo deve ser, principalmente num caso como esse em que a solução foi bem-sucedida. O controlador colocou recursos e evitou a crise;, destacou.
;Seria um desastre absoluto se tivéssemos simplesmente divulgado antes. Imaginem se o Banco Central começasse a adotar esse tipo de atitude;, completou.
Ele lembrou que, muitas vezes, nem o presidente nem a diretoria do Banco Central têm conhecimento dos processos de investigação sigilosa da área de fiscalização. Ele disse que, durante toda a fase inicial do processo do PanAmericano, não tomou conhecimento do caso, assim como os diretores, ;como manda a norma e o regulamento;.