Economia

Servidores do Judiciário fazem manifestação por reajuste salarial

postado em 24/11/2010 22:22

Servidores do Judiciário e do Ministério Público (MPU) fizeram manifestação nesta quarta-feira (24/11) em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para cobrar do presidente, Cezar Peluso, a aprovação no Congresso Nacional de reajuste salarial de 56%. Por sua vez, representantes dos bombeiros e policiais militares indicaram que se a PEC 300 não for votada na Câmara dos Deputados, Dilma pode iniciar o governo com uma greve nacional.

Em sete estados brasileiros ; entre eles, Bahia, Alagoas e São Paulo ; os servidores fazem greve desde o dia 17 de novembro. Segundo o coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU, José Carlos Pinto de Oliveira, nos próximos dias, a paralisação pode ser geral se nenhuma negociação for encaminhada. O coordenador da Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário do Distrito Federal, Berilo Leão, disse que representantes da classe se reunirão nesta quinta-feira com Peluso para terem um posicionamento oficial do presidente do STF sobre a aprovação dos Projetos de Lei 6613/09 e 6697/09. "Nossa esperança é que os projetos sejam aprovados ainda esse ano porque são discutidos desde de 2008. O que falta é uma definição do Peluso e do presidente Lula", comentou Leão.

Policias e bombeiros militares também estão insatisfeitos. O deputado estadual, Olímpio Gomes (PTD-SP) crê que o impasse "pode desencadear a maior greve da história" e criar um desgaste que poderia ser evitado com a aprovação da PEC 300. Na avaliação de Ricardo Jacob, vice-presidente da Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar de São Paulo, os baixos salários obrigam os PMs a fazerem bicos para complementar o orçamento. "É uma vergonha ganhar R$ 1.800 e gastar mais de um terço para pagar um aluguel", protestou Jacob.

Contraponto

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que considerava inacreditável o debate sobre a possibilidade de aprovação da PEC 300, pois representaria um gasto de R$ 43,5 bilhões, dos quais R$ 30 bilhões seriam responsabilidade dos estados. Sobre a reivindicação de reajuste de 56% do salário de servidores do Poder Judiciário, ele a qualificou de "meio delirante" e avisou que não há mais espaço para aumentos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, concorda Paulo Bernardo e disse que os pleitos dos funcionários públicos não serão atendidos pois são considerados por ele uma ameaça à política fiscal e a estabilidade econômica do país.

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