Economia

Investidores reagem favoravelmente ao nome do sucessor na presidência do BC

Vera Batista
postado em 25/11/2010 07:42
O anúncio da equipe econômica da presidente eleita, Dilma Rousseff, confirmando Alexandre Tombini, técnico respeitado e considerado competente, para a presidência do Banco Central, deu ânimo ao mercado financeiro ontem. Os investidores passaram a acreditar na manutenção da autonomia do BC para tocar a política monetária, sobretudo, neste momento, em que a inflação dá sinais de sair do controle. Também ajudou a consolidar o bom humor do mercado o pacote de socorro à Irlanda, indicadores positivos nos Estados Unidos e o clima mais ameno entre as Coreias do Norte e do Sul.

Nesse ambiente, o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas na BM, deu um salto de 2,47%, para os 69.634 pontos. ;Felizmente, haverá uma transição tranquila no BC, pois a linha de pensamento do atual presidente, Henrique Meirelles, e do futuro, Tombini, são bem parecidas;, disse um operador de um grande banco estrangeiro. Segundo ele, teve muito impacto entre os investidores a declaração do futuro presidente do BC de que ;não há meia autonomia; na condução da política de juros.

Para César Bergo, economista da Corretora Planner, as expectativas são positivas para a economia no primeiro ano de Dilma, pois o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse o que todos queriam ouvir: que haverá um maior controle nos gastos públicos. De qualquer forma, todos ficarão em estado de alerta, pois não haverá espaço para estripulias no combate ao aumento dos preços. ;O pior que pode acontecer é o BC ser leniente com a inflação;, frisou. Ou seja, não elevar o juros só para manter a boa imagem do governo. ;Mas nada é pior para a população do que a alta do custo de vida.;

Na opinião de Mário Battistel, gerente de câmbio da Corretora Fair, o BC, ainda sob o comando de Meirelles, não vai esperar para aumentar os juros, pois as projeções para a inflação têm sido cada vez piores. ;Acredito que Meirelles elevará a Selic no dia 8 de dezembro, na sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), até para facilitar as coisas ao próximo governo;, afirmou.

Segundo Battistel, além do cenário doméstico, interferiram de forma positiva no mercado financeiro as boas notícias vindas de fora, como o ajuste fiscal irlandês, de 15 bilhões de euros, para baixar o déficit fiscal a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) até o final de 2014, e a elevação da renda individual e da confiança do consumidor norte-americano, que avançou para 71,6 pontos, acima das expectativas dos analistas, de 69,3 pontos.

Prova disso é que os mercados na Europa reagiram bem. A Bolsa de Londres subiu 1,36%, a de Paris ganhou 0,62% e a de Frankfurt avançou 1,77%. Na Ásia, a Bolsa de Xangai computou alta de 1,12% e a de Hong Kong se valorizou 0,56%. No mercado de câmbio, o dólar, depois de três altas consecutivas, encerrou o dia em queda de 0,69%, cotado a R$ 1,723.

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