Segundo o estudo, o efeito da apreciação do dólar na inadimplência começa a ser sentido dois meses depois do choque de valorização da moeda estrangeira, com pico em 8 meses. O feito é totalmente dissipado após 19 meses.
De acordo com o BC, isso acontece devido à existência de contratos de crédito com cláusulas que incorporam a variação da cotação de moedas estrangeiras. Ou seja, quando há aumento do dólar, os encargos dos empréstimos ficam maiores para as empresas, já que há cláusulas nos contratos que estabelecem essa correção.
Atualmente, o cenário é outro: há desvalorização do dólar ante o real. Em um cenário de dólar valorizado, também há aumento do custo de insumos importados pelas empresas brasileiras.
De acordo com o estudo, o impacto da Selic na inadimplência das empresas ;é bem menos pronunciado em termos de magnitude que o da apreciação do dólar;. O efeito do aumento da Selic começa a ser sentido oito meses depois, com pico em 14 meses, sendo dissipado completamente após 21 meses.
;Contudo, o impacto dessas duas variáveis [Selic e dólar] é relativamente pequeno quando comparado ao impacto que a atividade econômica, medida no estudo pela produção física industrial, exerce sobre a inadimplência de pessoas jurídicas;, diz BC, no relatório.
De acordo com o relatório, ;um aumento na produção, que significa um aquecimento da atividade econômica, leva a um decréscimo da inadimplência;. Esse impacto da produção na inadimplência é sentido já no primeiro mês após o aumento da atividade. O pico do efeito ocorre depois de quatro meses, com duração de 12 meses.
O estudo considerou como inadimplência o número de operações de crédito com atraso de 61 a 90 dias.
;O crescimento sustentável da atividade econômica no longo prazo é um dos fatores preponderantes para a redução da inadimplência de pessoas jurídicas na carteira de crédito das instituições financeiras brasileiras e, por conseguinte, para a preservação da estabilidade financeira do sistema financeiro nacional;, conclui o estudo.