postado em 02/12/2010 13:00
Rio de Janeiro - A Petrobras pretende usar a Ferrovia Norte-Sul para escoar combustíveis e outros derivados de petróleo da Refinaria do Maranhão para a região Centro-Oeste. Segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, a Petrobras já está negociando com a Vale, operadora da Ferrovia Norte-Sul, que liga o Norte ao Centro-Oeste.Segundo Costa, a ferrovia é usada para levar grãos e minério até o Porto de Itaqui, no Maranhão. No trajeto de volta, os vagões ficam vazios. A ideia é aproveitar o retorno dos trens para transportar os derivados de petróleo até o Distrito Federal e o estado de Goiás.
;Existe a possibilidade de você usar parte desses mesmos vagões, com tanques modulados colocados em cima deles, como se fossem contêineres, para suprir essa nova fronteira (Centro Oeste), com produtos de refino. Essa é a maneira que já havíamos pensando para suprir todo o crescimento do Centro-Oeste por meio da Refinaria do Maranhão;, disse o diretor.
Atualmente, o abastecimento da região com combustíveis é feito por meio de um duto que liga Paulínia (SP) a Brasília. No entanto, esse duto já está atingindo seu limite de capacidade. ;Nós vamos fazer um aumento da capacidade de bombeamento e vamos conseguir mais 20% de capacidade. Mas não teremos mais como aumentar essa capacidade;, disse Costa.
Segundo o diretor, a outra alternativa para a utilização da ferrovia seria o uso de caminhões. No entanto, essa não é a opção mais viável devido à distância entre a refinaria e os estados da Região Centro-Oeste.
A Refinaria do Maranhão, que deve entrar em operação em 2014, terá capacidade para processar até 600 mil barris de petróleo por dia. Além de suprir o Centro-Oeste, a unidade abastecerá, com combustível e derivados, outros estados da Região Norte, como o Pará e o Amazonas, além do estado vizinho do Piauí.
Já a Refinaria do Ceará, que também iniciará suas operações nos próximos anos, deverá abastecer o Nordeste. Inicialmente, a previsão era que a unidade cearense fosse voltada para a exportação, mas com o aumento da demanda por derivados no país, começou a se imaginar que toda a produção possa ser direcionada ao mercado interno.
No país, até outubro, o consumo de gasolina cresceu 19%, o de querosene, 16% e o de óleo diesel, 10%. ;Tudo leva a crer que, nos próximos dez anos, vamos ter um crescimento econômico bastante sustentável. Se esse crescimento for acima de 4,5% ao ano, o consumo de derivados continuar alto, não vai sobrar um litro para exportação;, disse Costa.