postado em 03/12/2010 16:01
A operação-padrão dos funcionários de companhias aéreas entrou nesta sexta-feira (3/12) no segundo dia sem provocar grandes problemas nos voos previstos para o Aeroporto Internacional de Brasília. Até o início da tarde, dos 98 voos programados, 13,3% tiveram atrasos, o que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) considera dentro da normalidade.Segundo o diretor nacional do Sindicato dos Aeroviários, Luciano de Oliveira, objetivo da mobilização é evitar que os funcionários fiquem sobrecarregados e chamar a atenção das empresas para a necessidade de reajustes salariais e de contratação de novos colaboradores para evitar esse tipo de problema.
Ele explicou que, na operação-padrão, o funcionário cumpre apenas o que está estipulado nas atividades, sem fazer hora extra ou qualquer tipo de desdobramento para atender a demanda. "Assim, o atraso de voos é inevitável, já que faltam profissionais para realizar todas as tarefas, gerando um efeito dominó;, disse Oliveira.
Os efeitos da mobilização ainda não foram percebidos pelos passageiros. O engenheiro Luciano Fernandes, que tinha voo programado para o Rio de Janeiro, não percebeu qualquer alteração no serviço, mas considera válida a manifestação da categoria, mesmo que o principal prejudicado seja o usuário.
;Não percebi nenhuma alteração, mas acho extremamente válida a reivindicação. Avaliando pela ótica do funcionário, mesmo que venha ser prejudicado como cliente, entendo perfeitamente a manifestação;, afirmou.
Segundo nota emitida pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários, a operação-padrão limita-se ao cumprimento integral e à risca da legislação aeronáutica, das normas e da regulamentação profissional. Os funcionários decidiram não aderir a horas extras, cumprir rigorosamente o horário dos intervalos para lanche e não trafegar nos aeroportos com veículos em velocidade acima de 20km/h.
Uma nova assembleia da categoria está prevista na próxima quarta-feira. Entre as reivindicações dos aeroviários destacam-se o reajuste salarial e a contratação de novos profissionais para evitar sobrecarga e rotatividades nos diversos setores. Se não houver acordo, disse Luciano de Oliveira, a operação deve continuar ou pode haver interrupção das atividades.