Tereza Rodrigues
postado em 08/12/2010 08:51
O brasileiro está aproveitando a boa fase da economia na melhor época do ano para comprar e parece pouco disposto a frear o consumo, mesmo com as medidas restritivas anunciadas pelo Banco Central (BC) na semana passada. A procura por crédito no país cresceu 6,2% em novembro em relação a outubro, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian, e atingiu o recorde histórico da série, iniciada em janeiro de 2007. Mesmo sem a previsão de como devem prevalecer os gastos neste Natal ; se o 13; será aplicado mais no pagamento de dívidas ou em compras ; analistas acreditam que a demanda por crédito continuará alta neste mês.Fato é que, mesmo que o governo tenha planejado o contrário, a farra no consumo deve permanecer no cenário de fim de ano. Para a coordenadora do Departamento de Economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Silvânia de Araújo, o efeito das medidas de desaceleração só será sentido em 2011. ;Os números da Serasa são de novembro, mas revelam que a demanda por crédito está aquecida. O consumidor se sente confiante e a realidade econômica está propensa ao endividamento;, explica. Segundo a economista, as alterações nas taxas de juros deverão ser repassadas para os consumidores do varejo somente no mês que vem.
Prazos
Algumas das grandes redes do setor confirmaram que o comércio não alterou os juros e os prazos para as vendas neste fim de ano. As Casas Bahia e o Ponto Frio, por exemplo, informaram, por meio de nota, que as condições de pagamento não sofreram modificações. O consumidor pode comprar em até 10 vezes pelo preço à vista no cartão de crédito e, acima desse número de parcelas, os juros serão os mesmos praticados no início do mês.
O pedreiro Romeu de Oliveira endossa o aumento da procura por crédito, mas nem por isso está deixando de usar seu 13; para fazer mais compras. Ele vai continuar pagando o veículo que financiou este ano por pelo menos mais 36 meses e ontem aproveitou o desconto de R$ 100 para comprar uma televisão de LCD de 26 polegadas à vista. O preço final ficou em cerca de R$ 1 mil. ;Eu já tenho a prestação do carro e não pretendo fazer outras, pelo menos por enquanto. É que tendo o dinheiro no bolso, fica mais fácil conseguir preços melhores;, disse.