postado em 09/12/2010 09:14
Como seus fornecedores não garantiram a ausência de glúten nas matérias-primas, a Ajinomoto do Brasil, fabricante do Sazon, está retirando do mercado, para troca da etiqueta, 23.601 lotes do tempero e do caldo da marca. A empresa informou que, após a revisão da informação, recolocará o produto no mercado informando que ele contém a substância, prejudicial aos portadores da doença celíaca.
A Ajinomoto disse que decidiu recolher os produtos por precaução, temendo que tenha ocorrido contaminação nos lotes especificados. Pessoas alérgicas ao glúten, ao ingeri-lo, podem apresentar manchas na pele, diarreia crônica, prisão de ventre, anemia, dores abdominais e osteoporose, entre outros sintomas.
A confusão verificada no recall do Sazon reside no fato de que os dois produtos não contêm glúten em suas fórmulas, mas, como houve a falha, a fabricante deverá relançá-los com a etiqueta ;contém glúten;. Normalmente, esse tipo de substituição vem envolvendo automóveis e brinquedos. Mas recentemente, porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem determinado a retirada de lotes de sucos de frutas e de macarrões instantâneos do mercado por contradição entre a etiqueta de identificação e as substâncias dos produtos.
Divergência
No caso do produto da Ajinomoto, os temperos e os caldos exibiam duas etiquetas com informações contraditórias sobre suas fórmulas e a adição de glúten. A Anvisa exige que as embalagens informem sobre a existência ou não da substância. ;O recolhimento será exclusivo para os produtos com divergência nas frases das embalagens externa ;não contém glúten; e interna ;contém glúten;, ocorrida por falha humana;, afirmou a Ajinomoto.
Desde 4 de novembro, a fábrica da empresa em Limeira (SP) parou de produzir o tempero e o caldo. ;Alguns fornecedores deixaram de garantir a ausência de glúten em suas matérias-primas;. A Ajinomoto do Brasil decidiu, então, em respeito ao seus consumidores, efetuar a alteração da frase ;não contém glúten; para ;contém glúten;, impressa em suas embalagens.
Num prazo de 60 dias, a fabricante do Sazon deverá entregar ao Departamento de Proteção ao Consumidor(DPC), do Ministério da Justiça, um relatório sobre os procedimentos adotados para o recolhimento do produto. A Anvisa informou que ;não há resolução que trate sobre o recall de alimentos;. A fiscalização de alimentos no Brasil é feita pelas vigilâncias sanitárias municipais.