postado em 15/12/2010 08:00
O mercado brasileiro de internet banda larga móvel (3G) conta com um novo concorrente. Em um investimento de R$ 1,2 bilhão, a Nextel arrematou 11 dos 13 lotes da última faixa de frequência disponível para esse tipo de serviço, chamada Banda H, e agora passa a ter atuação nacional no setor. A Brasil Telecom (Oi), arrematou um lote por R$ 1,35 milhão que abrange cidades do interior do Mato Grosso do Sul e de Goiás. A CTBC levou outro, por R$ 30,5 milhões, que a permitirá explorar o sinal 3G em um conjunto de cidades no interior de Minas Gerais. A região mais disputada, com ágio de 205%, foi o interior de São Paulo.Sérgio Chaia, presidente da Nextel no Brasil, não especificou datas, mas adiantou que a empresa ofertará o serviço de internet móvel ;o mais rápido possível;. Incluindo o montante gasto no leilão, a Nextel pretende investir aproximadamente R$ 5 bilhões no país durante os próximos cinco anos. Mais de 50% desse dinheiro terá como fonte recursos próprios, obtidos por meio da atuação da Nextel no Brasil e o restante virá por meio de financiamentos. Com a vitória no leilão, a cobertura da operadora subirá para 182 milhões de habitantes, que representam quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, essa representatividade é de 63% do PIB.
Competição
Chaia destacou ainda a ampla margem para conquista de mercado no Brasil, já que, atualmente, o índice de participação da empresa no mercado pós-pago de telefonia móvel é de 8%. ;Com o 3G, o potencial de crescimento da Nextel dobrou;, disse. O presidente da companhia prometeu ainda ganho de escala em aparelhos e equipamentos que serão repassados aos consumidores. Em sua análise diária, a consultoria Link Investimentos vê pouco risco para as demais operadoras que já atuam no setor. ;Eles perdem mais em não poder levar as licenças e, consequentemente, aumentar capacidade com mais frequências para atender a forte demanda por dados do que com um próprio novo competidor;, ressaltou a Link.
As demais operadoras que já oferecem o 3G, representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular (SinditeleBrasil), apresentaram contestação junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contra as regras do leilão. Elas acusam que a preferência para a entrada de novas empresas no setor restringe a livre competição. A Anatel, por sua vez, entende ser necessário o ingresso de um novo participante no mercado, exatamente para gerar mais competição entre as concessionárias.
O primeiro passo a ser dado pela Nextel será a contratação de novos colaboradores para atuar no 3G. Depois desta etapa, a empresa focará os esforços na busca por fornecedores e nas licitações para compras de equipamentos. Só depois de cumpridas essas atividades é que a companhia elaborará as estratégias para entrar no mercado em cada região, além de desenvolver os planos e pacotes a serem ofertados. Uma das novidades confirmadas por Sérgio Chaia é a tecnologia que une comunicação por rádio com internet 3G (HPTT).
INTERNET RÁPIDA É ADIADA
; O ministro das Comunicações, José Artur Filardi, anunciou que o governo adiará a data de início da vigência das metas definidas pelo Plano Geral de Universalização da Banda Larga (PGMU III), de 1; de janeiro do ano que vem para 2 de maio. A decisão foi tomada após reunião com o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg. Em contrapartida, as teles, representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Pessoal (SinditeleBrasil) se comprometeram em retirar, hoje, ações judiciais contra a União, que contestam as regras do PGMU III. Com o novo prazo, o governo pretende chegar a um consenso nas negociações com as teles sobre as metas que elas terão de cumprir. ;Não vejo o adiamento como uma derrota do governo, mas sim como uma atitude de responsabilidade;, disse Filardi.