Economia

Situação da Europa preocupa investidores e dólar cai para R$ 1,71

Vera Batista
postado em 18/12/2010 08:00
O rebaixamento, em cinco patamares, da nota de crédito da Irlanda pela Agência Moody;s, aliado ao histórico movimento de fim de ano dos investidores ; de embolsar os ganhos no mercado acionário e buscar proteção ;, provocou a terceira elevação seguida no preço do dólar. A moeda americana encerrou o pregão em alta de 0,75%, cotada em R$ 1,715. Apesar desse resultado, a divisa ficou estável na semana e registra queda de 1,61% no ano. Mas, no mês de dezembro, acumula leve alta de 0,06%.

As más notícias vindas de Europa surpreenderam os analistas que estavam relaxados, no início do dia, com o consenso dos líderes da União Europeia, para alterar o Tratado de Lisboa e permitir a criação de um fundo permanente de socorro para países da Zona do Euro em crise. O grau de desconfiança ficou maior depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que a crise fiscal da Irlanda poderá contaminar outros países da região.

A Bolsa de Valores de São Paulo ganhou um leve fôlego, animada com a queda da taxa de desemprego para 5,7% em novembro, o menor da série histórica iniciada em 2002. O Ibovespa, índice mais negociado, teve alta de 1%, nos 67.981 pontos. No mercado europeu, as principais bolsas fecharam em queda, pelos receios sobre a saúde financeira de vários países.

PODER AOS EMERGENTES
O conselho do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou ontem reformas que dão maior poder de voto aos países emergentes, entre eles, o Brasil. ;Isso resultará em uma transferência de mais de 6% das parcelas de voto para países emergentes dinâmicos e em desenvolvimento;, informou a instituição em nota.

Ter poder de voto no Fundo é importante porque dá aos países a chance de influenciar decisões sobre como usar o capital do órgão, composto de contribuições de seus membros. O FMI informou que os 10 membros com a maior parcela de votos no futuro serão Estados Unidos, Japão, China, Brasil, Índia, Rússia, França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha.

As economias emergentes já vinham ganhando mais espaço no FMI ao longo dos últimos cinco anos, mas essa transferência de poder de voto significa uma ampla reforma na ordem econômica global estabelecida quando o Fundo foi criado, após a Segunda Guerra Mundial. As mudanças também dobrarão as contribuições de países-membros, aumentando os recursos disponíveis para US$ 733,9 bilhões.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação