Economia

Apesar da crise fiscal, Irlanda quer ficar na Zona do Euro

postado em 20/12/2010 08:00
O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Michael Martin, garantiu que o país não pensa em abandonar a Zona do Euro, apesar da crise fiscal em que se encontra. Ao mesmo tempo, o chanceler fez questão de dizer que o controvertido pacote de medidas proposto pelo primeiro-ministro Brian Cowen e aprovado no Congresso é ;inegociável;. Ou seja, quem vencer as eleições antecipadas, no ano que vem, terá que levar as iniciativas adiante.

;Como é possível sair do euro? Somos uma economia pequena e exportadora. O mercado único é de enorme importância para a Irlanda. Não vamo sair. É algo que nem sequer foi discutido;, disse em entrevista ao jornal espanhol El País. Da mesma forma, ele negou que as autoridades europeias estejam pensando em dividir o bloco que adotou o euro como moeda comum em dois grupos: um que reunisse os países com contas em ordem e outro, formado pelos que sustentam deficits públicos grandes.

Se a medida fosse adotada, a Irlanda ficaria no segundo grupo, pois luta contra um saldo negativo no orçamento que fechará o ano em 32% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas num ano). A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovaram um empréstimo de 85 bilhões de euros (US$ 113 bilhões) para o governo irlandês colocar a casa em ordem e salvar o sistema financeiro. Mas exigiu a adoção de duras medidas para a queda do rombo a 3% do PIB em quatro anos.

Segundo Michael Martin, o grande erro nas finanças públicas irlandesas foi gastar muito e reduzir a arrecadação fiscal em demasia, especialmente pela oferta de incentivos para as empresas se instalarem no país ou expandirem seus negócios. Diante da comoção social que se seguiu ao anúncio das medidas de restrição fiscal, Brian Cowen teve que antecipar as eleições para o início do ano que vem. Do contrário, seria forçado a renunciar.

Grécia agradece a ajuda do FMI
; Num ato que desagradou a oposição, que o considerou subserviente, o governo grego agradeceu ontem a liberação, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), da terceira parcela do pacote de auxílio financeiro de emergência. ;O FMI reconheceu o grande progresso feito por nosso país, na forma de consolidação fiscal por meio da implantação das reformas necessárias;, acrescentou o Ministério da Fazenda num comunicado oficial. Na sexta-feira à noite, o Fundo autorizou o desembolso de mais 2,5 bilhões de euros do empréstimo total de 110 bilhões de euros para o país se reerguer. A administração do primeiro-ministro George Papandreou garantiu que vai avançar nas reformas impopulares para restaurar o equilíbrio das contas públicas. Ele quer reunir um milhão de assinaturas no continente para aprovar o lançamento de títulos da dívida da Zona do Euro.

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