postado em 23/12/2010 19:39
Rio de Janeiro - Os aeroviários (funcionários que trabalham em terra) do Rio de Janeiro se mantêm em greve no Aeroporto Internacional do Galeão e garantem que vão continuar promovendo piquetes no local até a meia-noite desta quinta-feira (23).A informação foi dada à Agência Brasil pelo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Marcelo Schmidt. ;O sindicato está em greve, cumprindo a lei dos 20%;, afirmou. Ele se referiu à decisão de ontem à noite (22) da Justiça do Trabalho, que determinou, em caso de greve, que os sindicatos mantivessem 80% dos aeroviários e aeronautas (que trabalham embarcados) em atividade.
[SAIBAMAIS]Schmidt disse que as paralizações e os piquetes continuarão ;até os patrões negociarem com a gente. Os aeronautas recuaram, mas os aeroviários não;.
A presidente do sindicato, Selma Balbino, afirmou não ter sido notificada da decisão do juiz da 4; Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto, que proibiu ontem qualquer movimento de greve nos aeroportos até o dia 10 de janeiro, sob pena de multa diária de R$ 3 milhões, em caso de descumprimento da determinação.
;Aqui não tem maluco;, expressou ela, esclarecendo que os aeroviários estavam cumprindo a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ;porque é mais coerente;. Ela assegurou, porém, que acatará a decisão da Justiça Federal, tão logo receba a notificação.
Nas negociações com as empresas aéreas, os trabalhadores receberam, primeiro, uma oferta de reajuste de 6,08%, que corresponde à correção da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Recusada, a proposta das empresas foi elevada duas vezes, para 6,5% e, agora, para 8%.
;A gente não aceita. Nós queremos os pisos [salariais] e dois dígitos [no percentual de reajuste];, disse Marcelo Schmidt. A categoria reivindicou, no pleito original, aumento de 15%, mas já reduziu a demanda para 13%.
Amanhã (24), véspera de Natal, não haverá piquetes ou manifestações nos aeroportos brasileiros. A partir do dia 25, entretanto, a continuidade do movimento dependerá de decisão do comando de greve, informou Selma Balbino.