Vera Batista
postado em 24/12/2010 09:38
O presidente Lula, às vésperas do Natal, deu um presente ao consumidor brasileiro. Assinou o Decreto n; 7.397, que cria a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), uma política pública cujo objetivo prático é ensinar adultos e alunos da rede pública e privada a lidar com o dinheiro, no momento em que o Brasil vive o pleno emprego, com aumento da renda e crédito fácil para as classes C, D e E. A expectativa das entidades envolvidas na Enef é de que a sociedade desenvolva habilidades financeiras que ajudem a identificar as oportunidades e também os riscos nas decisões de compra ou de investimento no mercado financeiro.José Alexandre Cavalcanti Vasco, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores (CVM), assegura que os resultados preliminares do projeto piloto ; desenvolvido, desde agosto de 2010, em cerca de 900 escolas ; são muito bons. ;Há relatos de que a experiência tem sido muito rica. Algumas escolas fizeram campeonatos, vídeos e demonstraram total integração ao conteúdo;, destacou. A Enef, fruto de pesquisas iniciadas em 2007, foi desenvolvida em escolas de ensino médio, com aproximadamente 22 mil jovens em todo o país.
Nome sujo
Em 2008, uma levantamento de caráter nacional identificou que o grau de educação financeira da população era muito baixo. Entre os aspectos positivos, demonstrou que 69% dos entrevistados faziam planilha dos gastos familiares e que 66% guardavam os comprovantes das compras. Porém, três de cada 10 pessoas ouvidas pagavam apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito e um quarto estava com o nome sujo na praça.
Em 2011, a Enef será ampliada para o ensino fundamental, segundo Vasco. O projeto está sendo avaliado em conjunto pelo Banco Mundial e pela BM. O relatório final será divulgado no primeiro trimestre de 2011.
A estratégia foi criada pelo Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec), formado pelo Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O decreto criou também o Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), com a participação dos secretários executivos dos ministérios da Educação, Fazenda, Justiça e Previdência Social. O órgão será responsável pela elaboração, implantação e acompanhamento dos projetos e ações da Enef.
FITCH REBAIXA OS PORTUGUESES
; A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da dívida soberana de longo prazo de Portugal para ;A ;, ante a avaliação anterior de ;AA-;, e advertiu que pode diminuí-la ainda mais, devido ao contexto econômico difícil e à lenta redução do buraco nas contas públicas do país. ;A queda da classificação reflete a lentidão da redução do deficit e um contexto financeiro cada vez mais penoso para o governo português e os bancos, assim como o deterioramento das perspectivas econômicas a curto prazo;, justificou a Fitch. Para a terceira maior agência avaliadora do planeta, o objetivo de ajuste orçamentário da nação europeia, de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, ;será muito difícil (de conseguir), especialmente se a economia entrar em recessão no próximo ano;.
Ligeira alta no dólar
O dólar fechou ontem com uma pequena alta, de 0,12%, frente ao real, a R$ 1,698. Durante o dia, porém, ficou praticamente estável, em meio à pouca disposição dos investidores em fazer apostas. Hoje, véspera do Natal, o mercado de câmbio abre por poucas horas. A expectativa é de um baixo volume de negócios. Na semana, a divisa norte-americana recuou 0,99% e, no mês, a depreciação já chega a 0,93%. Dados parciais da câmara de compensação da Bolsa de Valores de São Paulo (BM) mostram que, até o fechamento das operações locais, foram negociados cerca de US$ 2,8 bilhões de dólares, o dobro de quarta-feira.
A semana mais curta também afetou o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista. Diante de informações divergentes dos mercados nos Estados Unidos e Europa, o centro financeiro brasileiro viveu um sobe-e-desce ontem, fechando o dia em ligeira alta, de 0,02%, aos 68.485 pontos. O giro financeiro do pregão ficou em R$ 3,52 bilhões. Na semana, o índice obteve alta de 0,74%. Embora alguns dados da agenda dos Estados Unidos tenha trazido certo ânimo aos investidores, o corte dos ratings na Europa trouxe de volta o clima de cautela em relação à crise no Velho Continente.
Além da revisão da nota de Portugal (leia ao lado), agência de classificação de risco Fitch rebaixou a avaliação de longo prazo em moeda estrangeira da Hungria, reduzindo-a de ;BBB; para ;BBB-;. Com a reavaliação, o país está agora a um passo de investimento considerado ;especulativo;.