Economia

Bolívia protesta contra alta dos combustíveis

Agência France-Presse
postado em 30/12/2010 11:37
La Paz - As principais cidades da Bolívia amanheceram paralisadas nesta quinta-feira (30/12) por uma greve dos transportes coletivos em um dia em que as juntas vecinais e outros setores profissionais também têm previsto protestar contra um drástico aumento dos preços dos combustíveis de até 80%.

Na cidade de La Paz, o transporte público virtualmente desapareceu desde cedo e a população tinha dificuldades para seguir para o trabalho.

Em El Alto, a 12km da sede de governo, alguns vizinhos começaram a protestar na tarde de quarta-feira com a queima de um veículo em desuso na principal auto-estrada que leva a La Paz, onde se erguem barricadas esta quinta-feira.

Na cidade de Cochabamba, a 400km de La Paz, o transporte de carga instalou veículos pesados nas interseções das ruas de acesso, impedindo a circulação, segundo mostraram imagens de TV.

Em Santa Cruz de la Sierra, motor do desenvolvimento boliviano, a paralisação do transporte começou a se intensificar em protesto contra o aumento da gasolina (83%) e do diesel (73%).

Os dirigentes das juntas vecinais de La Paz corroboraram esta quinta-feira logo cedo sua convocação para uma marcha de protesto pelo mesmo motivo para esta tarde, enquanto em Santa Cruz e Cochabamba as organizações cívicas farão manifestações nas ruas.

Em outras cidades menores, como Oruro e Potosí, a paralisação de 24 horas convocada pela Central Operária Boliviana (COB) começava a se articular, embora ainda não tenha conseguido paralisar a atividade urbana, noticiaram rádios locais.

Morales decidiu aumentar em 20% o salário mínimo - que agora chega a 815 bolivianos (US$ 115) - e outras medidas para enfrentar o descontentamento com a alta dos combustíveis.

O aumento contempla a polícia, as Forças Armadas, a saúde e a educação e abre a possibilidade ao setor privado negociar o aumento de salário para 2011 a partir de 20%.

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