Agência France-Presse
postado em 30/12/2010 17:14
Buenos Aires - A falta de chuva pelo efeito ;La Niña; está causando impacto na semeadura de soja e milho na Argentina, um país produtor mundial de alimentos, reduzindo as expectativas para a colheira 2010/2011, ambora a alta dos preços internacionais das commodities possa compensar as perdas econômicas."As expectativas de colheita se contraíram mais de 25% para o milho, e 9% para a soja, em relação há seis semanas", segundo a Econométrica, órgão de consultoria.
Já a Economía & Regiones considerou por sua vez que, "dependendo da intensidade do impacto de La Niña, o governo poderia perder até 3 bilhões de pesos (750 milhões de dólares) em 2011", com a queda das receitas provenientes dos impostos sobre as exportações da soja.
A seca dos últimos meses e a ausência de previsão de chuvas para os próximos dias deixaram também para trás a expectativa de chegar este ano a uma colheita recorde de 100 milhões de toneladas de grãos na Argentina, como previu em agosto a presidente Cristina Kirchner.
Em Chicago, a soja alcançou na terça-feira (28/12) 13,87 dólares o bushel (35 L) para entrega em março, o nível mais alto desde agosto de 2008.
O calor e a seca afetam, inclusive, a capital, onde foram registradas em nove dias consecutivos máximas superiores a 33 graus Celsius, o que não ocorria desde 1952, obrigando a decretar alerta laranja, ao qual se seguiu o alerta amarelo, depois de a temperatura máxima baixar para 30 graus na quarta-feira.
Segundo o último informe da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a Argentina semeou até agora 75% dos 18,5 milhões de hectares destinados à soja, seu primeiro produto de exportação. Ano passado, neste mesmo período, foram semeados 86% do total.
No começo de novembro, o ministério da Agricultura, havia estimado para 2010/2011 uma colheita recorde de 103 milhões de toneladas de grãos.
A Argentina é o terceiro exportador mundial de soja, o segundo, de milho, e o quarto, de trigo.