Agência France-Presse
postado em 30/12/2010 17:42
Washington - A economia americana fecha o ano com uma nota positiva, segundo os indicadores publicados nesta quinta-feira (30/12), animando as previsões dos analistas para 2011, apesar da persistência de obstáculos para um crescimento mais vigoroso.No entender dos mais otimistas, o emprego deverá melhorar. Segundo o departamento de Trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego caíram 8% na semana anterior ao Natal ao nível mais baixo, em cerca de dois anos e meio.
Segundo eles, a atividade aumenta - opinião esta compartilhada pelos diretores de compras das empresas da região de Chicago (norte), considerando que a economia decolou a um ritmo não registrado há 20 anos.
Em dados corrigidos por variações sazonais, o índice da associação profissional ISM pulou para o nível mais alto desde julho de 1988 (68,6). "A falta de vigor habitual em dezembro da atividade das empresas da região de Chicago, não foi constatada este ano em nenhuma parte", explicou Nicholas Tenev, do Barclays Bank.
Para os mais otimistas, o mercado imobiliário está começando a se erguer. Segundo a Associação nacional de Agentes Imobiliários, as promessas de compra e venda aumentaram em novembro e a alta deste indicador, nos quatro ou cinco últimos meses, deixa a entrever um incremento de 8% nas vendas de imóveis usados em 2011.
Na Bolsa, os corretores estão convencidos de que o ano que vem marcará o retorno triunfal da primeira economia mundial. Os índices do banco Goldman Sachs, que compila suas previsões econômicas, são tão otimistas hoje como antes das repercussões da crise grega, esfriando o entusiasmo.
Alguns economistas são mais prudentes em suas expectativas. Segundo eles, os problemas são os mesmos de há um ano: a fragilidade financeira das famílias, a dependência da economia da ajuda estatal e de uma política monetária mais flexível, a determinação dos exportadores de conseguir boas margens de lucro sem favorecer o emprego, o estancamento do mercado imobiliário e a incerteza que afeta os mercados financeiros.
Em relação ao emprego, Andrew Gledhill, do Moody;s Economy.com, advertiu que ainda "é muito cedo para celebrar".
"Boa parte da melhoria observada até o momento provém da diminuição das demissões, mas as empresas ainda vacilam em contratar" mais pessoal, destacou.
O Fundo Monetário Internacional calcula que em 2011, assim como em 2010, os países emergentes continuarão prosperando, mas os industrializados terão dificuldades para decolar. Nesta quinta-feira, o chefe dos economistas do Fundo, deu a entender que o organismo não considera mudar drasticamente as previsões de crescimento para os Estados Unidos, de 2,3% em 2011, depois de registrar 2,6% em 2010.