postado em 31/12/2010 08:00
O dólar comercial encerrou 2010 cotado a R$ 1,666, acumulando queda de 4,4% no ano e muitas dores de cabeça para exportadores, industriais e governo. Recentemente, o derretimento voltou a ser motivo de preocupação para a presidente eleita, Dilma Rousseff, e sua equipe econômica. Entre os especialistas, a expectativa é de que a nova mandatária do país anuncie, já nos primeiros dias do mandato, medidas para conter ou ao menos minimizar os problemas causados por um dólar tão desfavorável ao setor produtivo. Será a primeira vez, desde 1999, quando teve início o regime de câmbio flutuante, que a divisa norte-americana virará o ano abaixo de R$ 1,70.
Para Ricardo Elias Lorenzet, operador da XP Investimento, o real vai continuar a se fortalecer frente o dólar, principalmente porque os Estados Unidos devem manter a política de elevação de liquidez, imprimindo divisas. Semelhante a um produto com excesso de oferta, quanto mais moeda no mercado, menos valor tem o dinheiro. Para o Brasil, o reflexo está nos importados a preços mais competitivos. ;Já iniciamos 2010 com o dólar depreciado e por isso a queda no ano foi relevante, principalmente para as empresas;, ponderou.
Bolsa
Quem comprou dólares como investimento está se desfazendo das aplicações para minimizar as perdas. Uma das alternativas foi o ouro, que valorizou 32,35% no ano. Para o sócio diretor da consultoria Valorum Marcos Melo, foi a melhor aplicação do ano. ;Quem se deu melhor foram aqueles mais ousados e que apostaram no ativo. Foi um ano muito bom para o ouro, com valorização de mais de 30%;, comentou.
A rentabilidade para quem preferiu as ações foi de apenas 1,04% em 2010. O Ibovespa, principal índice das ações negociadas na bolsa paulista, encerrou 2010 aos 69.304 pontos. ;O ano começou com uma perspectiva boa, mas os problemas fiscais de alguns países europeus fizeram essa projeção cair. Não variar ou variar pouco, no caso das ações, significa perda de dinheiro, porque a inflação avançou;, avaliou Melo. A tradicional caderneta de poupança teve, em 2010, o pior rendimento desde 1967, segundo a consultoria Economática. A aplicação avançou 6,9%, com ganho real de 1,7%. ;A poupança andou de lado. Quem manteve o dinheiro ali só não perdeu porque ela não tem custos;, disse.