Agência France-Presse
postado em 31/12/2010 20:59
Tallinn - Estônia se tornou oficialmente à meia-noite local (20h Brasília) desta sexta-feira (31/12) o 17; país da União Europeia a adotar o euro como moeda.O momento histórico foi celebrado com uma grande queima de fogos em Tallinn.
No primeiro minuto de 2011, o país báltico com 1,3 milhão de habitantes se despediu da coroa estoniana para adotar a moeda única europeia.
No momento em que escapa de maneira exemplar de uma profunda recessão, Estônia entra para a zona do euro em meio a pior crise desde a criação, em 1999, em consequência da dívida soberana significativa de muitos países membros.
Como 17; integrante da Zona Euro, Estônia é o terceiro ex-estado comunista a adotar a moeda europeia, depois de Eslovênia, em 2007, e Eslováquia, em 2009.
O governo de centro-direita da Estônia, que aplicava uma política econômica rigorosa antes da crise mundial, considera que a mudança para o euro é ventajosa e constitui uma fase lógica para uma pequena economia aberta ao mundo.
"O Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que a troca para o euro deverá acelerar o crescimento entre 0,15% e 1% ao ano, ao longo das próximas duas décadas", declarou à AFP o mimistro estoniano da Economia, Juhan Parts.
"Oitenta por cento de nosso comércio exterior é realizado dentro da UE. O mercado comum é vantajoso para todos nós, com os empresários estonianos podendo vender seus produtos mais facilmente, criando empregos", completou.
A Estônia, chamada de "tigre do Báltico" pela rápida passagem de uma economia centralizada à de mercado e pelo forte crescimento, já havia tentado fazer parte da zona euro em 2007, mas foi impedida pela inflação elevada.
A economia do país registrou em 2009 uma recessão de 14,1% - uma das maiores do mundo - em consequência da crise global, mas a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é de 2,5% para 2010 e de 3,9% para 2011.
Com a integração da Estônia, a zona do euro passa a ter 330 milhões de habitantes. Segundo a agência europeia de estatísticas Eurostat, no ano passado a zona euro teve um PIB de nove trilhões de euros (US$ 11,8 trilhões), inferior ao dos Estados Unidos, mas acima do resultado de China e Japão.
Os países da UE se comprometeram com o Pacto de Estabilidade e de Crescimento de Maastricht a limitar o nível de inflação, os déficits públicos e as dívidas.
Mas as finanças de muitos países derrapou com a crise financeira, o que criou desconfiança nos mercados financeiros em relação aos países mais frágeis. UE e FMI se viram obrigados a ajudar Grécia e Irlanda, enquanto Portugal e Espanha tentam evitar este recurso com planos de ajuste.
O primeiro-ministro estoniano, Andrus Ansip, insiste, no entanto, em que a adesão à zona euro trará estabilidade e acabará com as especulações sobre a desvalorização da coroa.