Economia

Os "Três Grandes" ressucitados, voltam com força ao salão de Detroit

Agência France-Presse
postado em 07/01/2011 17:25
Os "Três grandes" construtores de carros americanos voltam com força ao salão do automóvel de Detroit, dois anos depois da crise, que viu dois deles declararem falência.

O salão internacional do automóvel da América do Norte (NAIA) será aberto ao público entre os dias 15 e 23 de janeiro. A apresentação à imprensa está prevista para segunda-feira.

Acumulando anos de perdas, um endividamento colossal e com partes do mercado entregues às mãos dos adversários asiáticos, General Motors (GM), Ford e Chrysler ficaram de joelhos em 2009.

GM e Chrysler precisaram recorrer à lei de falência este ano, evitando morte definitiva graças a dezenas de milhares de milhões de dólares de ajuda do governo.

Agora, depois de terem cortado drasticamente seus custos, reestruturado quadros executivos e repensado seus produtos, GM e Ford voltaram a obter lucros: a GM conseguiu, inclusive, a maior captação de capital registrada, ao recomeçar a cotação em Bolsa.

O "pequeno" de Detroit, Chrysler, que nem sequer participou da entrevista à imprensa ano passado, no salão do automóvel, por não possuir nenhum modelo novo para apresentar, prevê voltar ao azul este ano e voltar a ser cotado em Bolsa no segundo semestre. Em 2010, conseguiu, no entanto, aumentar sua parte no mercado e apresentará dois novos modelos no salão.

Já a Ford, que conseguiu evitar a quebra com um enorme endividamento, recuperou o segundo lugar no mercado americano, deslocando a japonesa Toyota, líder mundial, com um salto de 19% em suas vendas anuais.

"O humor do salão deveria ser muito mais festivo e as previsões, mais otimistas", afirmou Jeff Schuster, analista do gabinete JD Power.

Depois de uma queda espetacular a partir do final de 2008, as vendas nos Estados Unidos subiram 11% ano passado, com a negociação de 11,6 milhões de veículos.

Os construtores preveem para este ano a venda de 12,5 milhões a 13,5 milhões de unidades, embora esses níveis estejam longe dos 15 milhões a 17 milhões vendidos em média, antes da crise.

Se as três montadoras de Detroit "conseguiram ganhar dinheiro com esses níveis menores de venda, isso significa que a situação mudou profundamente", destacou David Cole, presidente do Center for Automotive Research, acrescentando que com "13 milhões ou 15 millones de unidades, o setor será extremamente rentável".

De qualquer forma, a concorrência é intensa; 15 construtores mundiais estarão presentes no salão de Detroit, onde deverão ser apresentados 30 a 40 modelos.

A atenção estará voltada aos veículos "verdes" - elétricos, híbridos ou compactos - como forma de as montadoras aderirem a regras de emissão de CO2 mais estritas.

A Toyota apresentará uma nova versão de seu híbrido Prius. A GM lançará seu novo Chevy Sonic, assim como um novo Buick compacto e exporá seu híbrido recarregável Volt.

A Ford poderá também revelar seus projetos de um novo veículo elétrico. Os fãs dos carros de luxo não foram esquecidos. A Porsche retorna, depois de quatro anos de ausência, com seu novo Spyder. a BMW mostrará entre suas novidades o 650i conversível.

A Volkswagen apresentará seu NMS, um modelo muito esperado, como parte da estratégia de deslocar a Toyota a um segundo plano. O homem, Mohamed Buzazizi, de 26 anos, faleceu na terça-feira na capital tunisiana.

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