postado em 12/01/2011 09:27
Para ajudar a Europa a contornar a sua crise da dívida, o Japão prometeu comprar bônus da Zona do Euro neste mês. O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse a jornalistas após uma reunião de governo que Tóquio está considerando comprar cerca de 20% dos bônus de países da região, que forem emitidos em janeiro, com o objetivo de levantar fundos e ajudar a Irlanda.O Japão usaria as reservas em euro para pagar pela dívida. ;Eu acho apropriado para o Japão comprar uma certa quantia de bônus e impulsionar a confiança no Instrumento Europeu de Estabilidade e fazer uma contribuição como um país;, disse Noda. Na semana passada, a China já havia prometido que compraria títulos espanhóis. Para as duas potência asiáticas, é importante que seja mantida a estabilidade da
Zona do Euro, importante polo das exportações chinesas e japonesas.
Os ministros das Finanças da Zona do Euro vão considerar na próxima semana a opção de elevar a capacidade efetiva de empréstimos do fundo de resgate da região para seu valor nominal total de 440 bilhões de euros, dos cerca de 250 bilhões de euros no momento, como parte dos esforços para acalmar os mercados de dívida soberana.
Dificuldades
As preocupações estão voltadas para Portugal e Espanha, que apresentam dificuldade em pagar suas dívidas. Ontem, o governo português trouxe relativo alívio ao mercado, ao anunciar que o país conseguiu reduzir o deficit orçamentário do ano passado para abaixo da meta de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB). ;É um resultado excelente para Portugal;, disse o primeiro-ministro José Sócrates a jornalistas. Em 2009, o deficit foi de 9,3% do PIB.
Sócrates negou, novamente, que Portugal estaria sob pressão para pedir ajuda financeira. Ele disse que Portugal continuará financiando-se nos mercados e mostrou confiança sobre a emissão de bônus que o país fará hoje, de até 1,25 bilhões de euros. A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que Portugal adotou ;medidas muito importantes; em meio aos problemas de dívida.
O banco central português, no entanto, previu que a economia do país deve encolher 1,3% neste ano, após ter crescido 1,3% em 2010. Em relatório divulgado ontem, a instituição avaliou ainda que os bancos portugueses continuarão dependendo da ajuda do Banco Central Europeu para continuar mantendo a sua liquidez.