postado em 13/01/2011 08:44
A disposição dos brasileiros em consumir está fazendo a festa do comércio varejista. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor apresentou crescimento de 1,1% no volume de vendas em novembro em relação ao mês anterior. Com esses números, o varejo completou sete meses consecutivos de taxas positivas. As vendas registraram alta de 9,9% na comparação com novembro de 2009 e de 11% no acumulado do ano. É a primeira vez que o desempenho anual pode ultrapassar dois dígitos.
Técnico da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, Nilo Lopes atribuiu o crescimento nas vendas ao bom desempenho econômico vivido pelo Brasil ao longo do ano. ;Temos condições favoráveis. A renda do trabalhador melhorou, os importados estão mais baratos e o brasileiro está otimista em relação ao futuro;, avaliou. O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fábio Bentes calculou que, em 2011, as vendas vão crescer 8,3%, quase dois pontos percentuais a menos que em 2010. ;Quando os dados forem fechados, veremos que o ano de 2010 será o melhor da década para o setor. Mas, no ano que vem, a economia vai estar menos aquecida e a oferta do crédito, menor. De qualquer forma, será um bom resultado;, afirmou Bentes.
A dona de casa Fernanda Maria de Vasconcelos Calixto, 48 anos, pretende engordar as estatísticas neste ano. Ontem, ela saiu de casa para pesquisar os preços de um guarda-roupa, pelo qual quer desembolsar até R$ 600. ;Vou comprar porque preciso trocar esse móvel em casa. Não fosse isso, economizaria. Vou parcelar sem juros, pois as taxas são altas demais;, disse.
À vista
O servidor público aposentado Walmir Alves dos Santos, 58 anos, está bem disposto para consumir. Ele guardou R$ 2 mil do 13; salário para comprar uma geladeira. Há dois meses, levou para casa um aparelho de som no valor de R$ 2 mil, divididos em 10 parcelas. ;Estamos aproveitando os preços para renovar a casa. Agora, quero comprar à vista, pois já tenho muitos compromissos pela frente;, observou.
Além de eletrodomésticos e móveis, que tiveram a terceira maior elevação no volume de vendas, sete de 10 atividades obtiveram variações positivas em relação a outubro. As principais foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; livros, jornais, revistas e papelaria; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; material de construção; outros artigos de uso pessoal e doméstico; veículos e motos, partes e peças; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Por outro lado, caíram as vendas de tecidos, vestuário e calçados e de combustíveis e lubrificantes. ;Com o aumento no preço do álcool e da gasolina, muitos deixaram o carro mais tempo na garagem;, explicou Nilo Lopes, do IBGE.