Economia

China teria comprado bônus portugueses a uma taxa superior a do mercado

Agência France-Presse
postado em 13/01/2011 10:53

A China comprou um bilhão de euros da dívida portuguesa a uma taxa mais elevada que a exigida pelo mercado, informou nesta quinta-feira (13/1) o Jornal de Negócios. "O Estado português pagará uma taxa de juros de 4,75% para uma emissão de um bilhão de euros a 18 meses, superior à dos mercados", escreve o jornal.

Na quarta, a taxa de juros dos bônus do Tesouro portugueses a dois anos era de 3,970% no fechamento. A informação do Jornal de Negócios, que não cita fontes, foi antecipada no início da semana pelo jornalCorreio da Manhã, que anunciava o montande de bilhão de euros e precisava que a China havia exigido que a operação permanecesse "confidencial", além de proibir qualquer referência à taxa de juros.

Na véspera, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, confirmou que foi realizada uma colocação de bônus privada há pouco mais de uma semana, mas não quis revelar o montante e o comprador.

Portugal conseguiu vender na quarta-feira 1,249 bilhão de euros de dívida com taxas em baixa para suas obrigações de Estado em longo prazo, durante um leilão marcado por uma forte demanda e considerada uma prova de sua capacidade de financiar-se nos mercados.

Para as emissões com vencimento em junho de 2020, a taxa de juros exigida pelos investidores alcançou 6,716 %, contra 6,806 % durante uma operação similar em novembro passado.

Para as obrigações com vencimento em outubro de 2014, a taxa ficou nos 5,396%, superior aos 4,041% aplicados em novembro para uma emissão do mesmo tipo. A demanda foi muito forte: 3,2 vezes superior à oferta para os bônus a 9 anos e 2,6 vezes superior para os de 3 anos, segundo os dados do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP).

Esta emissão era muito esperada por causa dos crescentes temores sobre a solvência de Portugal, considerado por muitos economistas como o próximo país da Eurozona que recorrerá a uma ajuda financeira internacional para evitar a bancarrota, depois da Grécia e da Irlanda.

Apesar das pressões e rumores, o governo português reafirmou na terça-feira que não solicitará ajuda internacional, estimando possuir os meios de financiar-se nos mercados, após superar seus objetivos fiscais para 2010.

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