Economia

Empresas se adaptam para oferecer infraestrutura às localidades em ascensão

postado em 16/01/2011 10:57
Acompanhando o desenvolvimento das cidades médias e o poder de consumo adquirido pelas classes C, D e E, as empresas brasileiras também passam por uma pequena revolução para aproveitar as oportunidades dessas novas fronteiras. Numa estratégia bem definida, a gigante alimentícia Nestlé criou um barco supermercado para levar seus produtos às comunidades ribeirinhas no Pará. O sistema financeiro fez projeto semelhante para chegar com caixas eletrônicos a essas regiões, que ainda contam com poucos serviços bancários.[SAIBAMAIS]


Tais modelos de negócios mostram que uma determinante para geração de riqueza é a infraestrutura. O ABC Paulista e a própria
cidade de São Paulo são exemplos disso. Até o século 19 o estado era uma das economias mais fracas do país. Até 1889, ano da inauguração da estrada de ferro Jundiaí-Santos, produzia quase que exclusivamente café. A ferrovia, a princípio, transportava apenas grãos, mas depois passou a levar pessoas e a indústria se instalou próxima das linhas férreas para escoar a produção. Assim, São Paulo saiu da condição de economia agrícola e se tornou a principal potência industrial brasileira.

Mobilidade
Na nova ordem global, a tecnologia em telecomunicações adquiriu papel tão importante quanto o transporte para a integração dos municípios. ;Com a internet, trabalhar da cidade ou do campo não faz tanta diferença quanto fazia no passado. A mobilidade mudou o próprio conceito das formas de se trabalhar;, afirma Diana Motta, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).Os filhos de Rio Verde, como o assistente industrial Júlio César Ferreira, não têm mais que deixar a terra natal:

A escalada de preço das commodities (mercadorias básicas com cotação internacional, como produtos agrícolas e minérios), que se acentuou principalmente entre 2003 e 2008, e após a crise global voltou a se intensificar, também contribuiu para o crescimento das cidades médias. As economias que eram dependentes do agronegócio passaram a registrar fortes ganhos. Com essa rentabilidade, parte delas agregou valor aos produtos.
Algumas criaram, a partir daí, uma pujante indústria alimentícia e, na esteira desse movimento, um setor de serviços poderoso. ;O Brasil, como exportador de commodities, dinamizou a economia dessas regiões com a valorização dos produtos;, justifica Fábio Romão, da LCA Consultoria.

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