Agência France-Presse
postado em 19/01/2011 13:34
BERLIM - A economia alemã vai avançar a passos largos em 2010 e 2012, prometeu nesta quarta-feira (19/1) o governo da chanceler Angela Merkel, ao divulgar as projeções de crescimento revistas em forte alta.A Alemanha melhorou muito sua projeção de crescimento econômico em 2011, que será de 2,3%, contra a taxa de 1,8% prevista anteriormente em outubro passado, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira.
Em termos de comparação, a Comissão Europeia espera um crescimento de 1,5% para em toda a Eurozona, integrada por 17 países.
"Avançamos a passos largos. É bastante simples: somos o motor de toda a economia europeia", declarou o ministro da Economia alemão, Rainer Bruderle, durante uma coletiva de imprensa.
"O crescimento alemão é uma novela dividida em capítulos que vai durar muito", acrescentou Bruderle.
O governo de coalizão com os liberais liderados pela chanceler conservadora Angela Merkel prevê um crescimento de 1,8% em 2012, destacou Bruderle.
O PIB (Produto Interno Bruto) da principal potência econômica europeia cresceu em 2010 3,6%, um recorde desde a reunificação do país duas décadas atrás, segundo números ainda provisórios.
Esta recuperação acontece após uma recessão espetacular, com retrocesso do PIB de 4,7% em 2009.
Do lado das finanças públicas, o déficit orçamentário de 2011 será de 2,5% do PIB, dentro das normas do Pacto de Estabilidade da União Europeia que estabelece um teto de 3%, informou o Ministério da Economia.
No ano passado, o déficit alemão havia ultrapassado pela primeira vez este limite, alcançando 3,5% do PIB.
A inflação será de 1,8%, conforme também com as normas europeias, precisou o informe.
Em 2011, a Alemanha terá mais uma vez exportações muito dinâmicas, em alta de 6,5%, mas também um aumento nas mesmas proporções das importações.
Além disso, o crescimento alemão aproveitará um aumento do consumo privado, graças à queda ininterrupta do desemprego.
Neste último quesito, o governo prevê um número médio de desempregados de 2,94 milhões de pessoas para todo o ano de 2011, abaixo do limite simbólico da Alemanha dos 3 milhões. Esse número deve cair ainda mais em 2012.
Berlim espera um aumento de 1,6% do consumo interno, comparado com uma alta anual média de 0,4% nos últimos dez anos.
A publicação destas projeções otimistas coincide com o momento em que Merkel se prepara para enfrentar sete eleições regionais arriscadas em 2011.
A chanceler e seu partido CDU se recuperam nas últimas semanas um pouco de terreno perdido nas pesquisas no ano passado. Em contrapartida, seus aliados do partido liberal FDP se encontram estagnados em último lugar nas pesquisas de intenções de voto.
O primeiro dessas votações será em Hamburgo. As sondagens mais recentes mostram o partido de Merkel com cerca de 35% das intenções de voto, a oposição social-democrata (SPD) com cerca de 25% e os ambientalistas com 21%.