Rosana Hessel
postado em 21/01/2011 08:35
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou ontem seleção para formar cadastro reserva para o cargo de engenheiro. Pelas regras do edital, serão classificados, no máximo, 200 candidatos. Desses, 190 na ampla concorrência e 10 para o banco de portadores de necessidades especiais. Os aprovados vão ser contratados pelo regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e receber salário de R$ 8.423,86 para uma jornada de 35 horas por semana. As vagas são para o Rio de Janeiro, mas, segundo as necessidades da empresa, o concorrente poderá ser lotado em qualquer outra cidade onde o BNDES atue, inclusive no exterior.Os interessados podem se inscrever entre 27 de janeiro e 20 de fevereiro por meio da página www.cesgranrio.org.br. A taxa é de R$ 64. Para tomar posse, é necessário ter disponibilidade para viagens nacionais e internacionais. Além da graduação na área, a função exige registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). Os candidatos farão provas objetivas e discursivas em 27 de março, nas cidades de Belém (PA), Brasília (DF), Porto Alegre (ES), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
As expectativas também são boas para quem quer trabalhar no Banco do Brasil. O presidente da instituição financeira, Aldemir Bendine, disse ontem que, depois de contratar 6 mil concursados em 2010, o BB pretende efetivar mais 5 mil empregados neste ano. O montante inclui 4 mil aprovados para cadastro reserva de seleções anteriores, além de outros mil profissionais que serão selecionados para atuar nas 600 novas agências e nos 1 mil pontos de atendimento eletrônico que serão abertos até dezembro.
O plano de expansão do quadro de pessoal do BB faz parte de uma estratégia de reforçar o atendimento presencial e intensificar a estrutura física do banco em todos os municípios brasileiros até 2015. ;Estamos em um ciclo de ampliação de postos de trabalho que foi iniciado em 2010. Temos reservas técnicas em vários estados e faremos concursos onde este banco estiver em baixa;, explicou Bendine.
Aeronáutica
Outro órgão que lançou concurso ontem foi a Aeronáutica. Há 73 oportunidades para o Exame e Admissão ao Curso de Formação de Taifeiros ; 50 para o cargo de arrumador e 23 para o de cozinheiro. Os postos são para homens com idade entre 18 e 25 anos. É necessário ter ensino médio completo até a data da matrícula na capacitação, que terá duração de 16 semanas. Durante o período de aprendizagem, o aluno será designado como taifeiro-de-segunda-classe, com salário inicial de aproximadamente R$ 1,3 mil, além de alimentação, alojamento, fardamento e assistência médica e odontológica. Os aprovados serão promovidos a taifeiro-de-primeira-classe, com remuneração de quase R$ 1,5 mil.
As inscrições custam R$ 50 e podem ser feitas entre 31 de janeiro e 18 de fevereiro pelos sites www.fab.mil.br e www.barbacena.com.br/epcar. As vagas são para Belém (PA), Parnamirim (RN), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Pirassununga (SP), São Paulo (SP), Canoas (RS), Florianópolis (SC), Brasília (DF), Manaus (AM), São José dos Campos (SP) e Anápolis (GO).
SOB AMEAÇA
; O Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ) solicitou alteração em dois editais lançados pela Cobra Tecnologia S.A., empresa ligada ao Banco do Brasil. A entidade questionou a exigência de diploma de nível superior em qualquer área de formação para os cargos de analista administrativo e analista de operações (perfil negócios). Segundo o CRA, essas funções devem ser ocupadas por graduados em administração. A Cobra Tecnologia está com inscrições abertas até 31 de janeiro para 5.013 vagas de ensino médio, técnico e superior em todo o país, por meio do site www.esppconcursos.com.br. Dessas, 4.798 são para formação de cadastro reserva.
Emprego industrial patina
Enquanto a maioria dos setores da economia brasileira se recuperou bem após a crise internacional e voltou a contratar trabalhadores, a indústria continua patinando. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, após ficar estagnado entre setembro e outubro, o setor voltou a abrir vagas, porém de forma ainda muito tímida, com avanço de 0,4% em novembro. Em relação ao mesmo mês de 2009, o indicador cresceu 5,9%. Os números refletem o baque sofrido pelo segmento devido, principalmente, à supervalorização do real frente ao dólar.
;Parte da demanda por produtos foi atendida pelos itens estrangeiros, que invadiram o país. Se as empresas recebem menos encomendas, contratam menos pessoas;, disse o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Pelos dados da CNI, apesar do baixo crescimento na oferta de vagas, o salário do trabalhador da indústria cresceu 4,1% em novembro em relação a outubro. Em comparação com novembro de 2009, a renda real subiu apenas 0,6%.
As horas trabalhadas, por sua vez, cresceram 1,6% ante outubro e 6,6% na análise anual. ;Em novembro, a indústria avançou em todas as variáveis, devido à expectativa em relação às vendas de fim de ano;, explicou Castelo Branco. Ele ressaltou, porém, que a perspectiva não é boa para o setor industrial em 2011. Além da força do real, que prejudica as exportações, o país terá de lidar com o aumento dos juros e com o corte de gastos do governo. Para o gerente, o anúncio de uma série de medidas de restrição ao crédito pelo Banco Central, em novembro, é um dos fatores que vão prejudicar a indústria. Entre as ações, estão a retirada de R$ 61 bilhões dos bancos por meio do aumento do compulsório (dinheiro que fica depositado no BC) e a restrição para empréstimos com prazos superiores a 24 meses para pessoas físicas, o que atinge diretamente, por exemplo, a venda de automóveis.
Na quarta-feira, a autoridade elevou de 10,75% para 11,25% a taxa básica de juros (Selic), numa tentativa de conter a inflação. ;O BC sinalizou que haverá mais elevações ao longo do ano. O custo dos empréstimos será alto e o grau de dificuldade para as empresas vai aumentar. Se já temos um quadro adverso por conta do dólar, o novo cenário pede cautela;, ressaltou o gerente. ;É preciso ficar atento e buscar minorar os efeitos, investindo, por exemplo, na competitividade das companhias.;
Capacidade
Segundo a CNI, entre outubro e novembro, o faturamento real da indústria avançou 1,9%. O setor operou, em média, com 82,6% da capacidade instalada em novembro, 0,2 ponto percentual a mais que no mês anterior. Mesmo com esse resultado, a utilização ainda está 0,7 ponto percentual abaixo do registrado antes da crise, em setembro de 2008. Isso mostra o longo caminho que o segmento tem de percorrer para alcançar o ritmo de crescimento de áreas como o comércio.
Na comparação com novembro de 2009, 18 dos 19 setores analisados apresentaram avanço. Os que tiveram maior destaque são material eletrônico e de comunicação, máquinas e materiais elétricos, produtos de metal, outros equipamentos de transporte, veículos automotores e couros e calçados. Apenas o segmento de refino e álcool sofreu retração, de 3,7%. (CB)