Economia

Fórum Econômico Mundial vai discutir dificuldades financeiras e dólar

Rosana Hessel
postado em 25/01/2011 08:44
A estação de esqui suíça de Davos será, mais uma vez, palco do encontro que reúne, anualmente, os principais líderes do planetaO Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) começa oficialmente amanhã, na estação de esqui suíça de Davos, sob o tema Nova Realidade, bastante propício para explicar a atual conjuntura mundial. Atualmente, os países desenvolvidos enfrentam dificuldades financeiras e o dólar, principal moeda que dita as regras do mundo capitalista, atinge os menores patamares deste século. Enquanto isso, os emergentes ditam o ritmo e estão no cerne das 49 discussões centrais programadas pelo evento que vai até o próximo domingo.

A mudança foi apontada em uma recente pesquisa realizada pelo WEF com líderes globais. Ela revelou que a ascensão dos países emergentes, principalmente da China, é o que mais preocupa os entrevistados. As incertezas em relação à recuperação da economia mundial, o aumento da desigualdade, a escassez dos recursos naturais (especialmente da água), além do aumento da população mundial também tiram o sono dos tomadores de decisões.

Diante desse cenário, os temas dos debates entre lideranças empresariais e chefes de Estado em Davos estão direcionados para o futuro desse novo panorama econômico e das pressões cambiais ocorridas atualmente. As principais nações em desenvolvimento ; Rússia, China e Brasil ; e estarão entre os destaques das discussões na pequena cidade dos alpes suíços. Cada país será tema de um painel exclusivo.

O G-20 também terá um painel de discussão. O grupo foi criado durante a crise financeira global. Nele, as economias mais ricas do globo ; Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá ; juntaram-se às emergentes como Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. O objetivo comum era o de tentar salvar os países afetados pela quebra de vários bancos americanos e europeus devido ao enorme volume de financiamentos imobiliários podres, chamados subprimes.

Papel do FMI
O presidente francês Nicolas Sarkozy será o principal debatedor, uma vez que a França preside temporariamente o G-20.

Sarkozy vem defendendo a ampliação do papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) e um maior envolvimento da Alemanha, da Rússia e do Reino Unido nos trabalhos do grupo, como a reforma do sistema monetário e a regulação dos preços agrícolas.

A presidente Dilma Rousseff, entretanto, será uma das autoridades ausentes do fórum. A primeira viagem internacional de Dilma será para a vizinha Argentina, na próxima segunda-feira (31). Os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, serão os representantes da presidente brasileira no Fórum.

Tombini participará de três painéis e Coutinho, de dois. Ambos, com Patriota, estarão no painel sobre o Brasil, que ocorrerá na sexta-feira, dia 28, e terá como centro das discussões as perspectivas da economia neste ano. O chefe da política monetária nacional também estará presente nas sessões sobre o alinhamento das perspectivas financeiras e a gestão global de fluxos de capitais.


Japão discute imposto


Alvo de especulações que põem em xeque sua sobrevivência política, o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, pressionou ontem o Parlamento a concordar com a elevação do imposto sobre vendas. Embora radical, o premiê defendeu que a medida é necessária para equacionar os elevados custos da Previdência Social do país, que vê a população envelhecer a taxas cada vez mais elevadas.

Ministros da área econômica prometeram maior disciplina fiscal ao longo do ano ao mesmo tempo em que o governo tenta aprovar um orçamento recorde. Kan fez da segurança social e da reforma tributária prioridades, alertando que teria de pedir que a sociedade ;carregasse o fardo; de garantir a estabilidade do financiamento público ; uma referência à possível alta no imposto de 5% sobre vendas.

O governo japonês enfrenta a maior dívida entre as nações desenvolvidas. ;Limites estão emergindo à garantia de maiores receitas para a segurança social sob os esforços atuais;, disse Kan em discurso ao Parlamento. ;Cada parlamentar, tanto nos partidos governistas quanto nos de oposição, é responsável por responder a essa grande questão;, completou. A taxa do imposto sobre consumo no Japão é uma das menores entre as nações ricas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação