Economia

EUA crescem 2,9% em 2010 e economia volta ao nível pré-crise

Agência France-Presse
postado em 28/01/2011 14:34
WASHINGTON - A recuperação da economia dos Estados Unidos reforçou-se em 2010, com um crescimento do PIB de 2,9%, que lhe permitiu retornar ao nível anterior à crise financeira, indicaram cifras oficiais divulgadas nesta sexta-feira.

Na base anual, o Produto Interno Bruto da primeira economia mundial avançou 2,9% em relação a 2009, para alcançar 14,6 trilhões de dólares, de acordo com uma primeira estimativa publicada pelo Departamento de Comércio.

O PIB anulou assim as perdas com a recessão, que durou de dezembro de 2007 a junho de 2009, já que tinha parado de crescer em 2008 e retrocedido 2,6% no ano passado.

O crescimento econômico acelerou-se no quarto trimestre de 2010 (alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior), principalmente graças ao consumo e às exportações, mas também pelo investimento das empresas, indicam os dados oficiais.

Os analistas esperavam um aumento médio de 3,7%. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 2,6%.

Em termos reais, ou seja, corrigidos os efeitos da inflação, o PIB americano estabeleceu uma nova marca de janeiro até o quarto trimestre, de 13,4 trilhões de dólares, superando o registrado em 2007 antes de explodir a crise financeira.

A recaída que muitos temiam no início de 2010 não se concretizou, apesar de as cifras revelarem um PIB mais sólido no fim do ano que no primeiro trimestre, onde a variação dos estoques assegurava mais de 70% do crescimento.

O consumo reencontrou seu papel de motor da economia. Subiu 4,4% no último trimestre de 2010, assegurando três pontos de crescimento, a maior contribuição desde o primeiro trimestre de 2006.

Sob o efeito de um empurrão das exportações e da baixa das importações, o comércio exterior aportou cerca de 3,5 pontos de crescimento.

Esse ganho foi apagado, no entanto, pela variação do nível das mercadorias em loja, que resultou em grande parte deste movimento duplo das importações e das exportações: a diminuição dos estoques fez o país perder 3,7 pontos de crescimento.

Apesar de ter sido mais devagar em relação ao terceiro trimestre, o investimento das empresas progrediu 4,4% no outono do Hemisfério Norte, aportando meio ponto de crescimento ao país.

O investimento das famílias em moradia - tendão de Aquiles da recuperação - estabilizou-se depois de uma forte queda no mês anterior. Aportou apenas 0,1 ponto ao PIB. Essa contribuição foi anulada por uma leve queda dos gastos públicos.

As cifras dão uma ideia de que a demanda global dos Estados Unidos (empresas, Estado e lares), decolaram no quarto trimestre: alta de 7,1%, a mais forte desde 1984, período da forte recuperação após a grande crise do início da década de 1980.

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