Estado de Minas
postado em 01/02/2011 09:21
Daniel Camargos A administração do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, terá que melhorar o desempenho para conseguir aplicar o aumento completo das tarifas aeroportuárias no ano que vem. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) criou um complexo índice para medir a eficiência econômica dos aeroportos, o WLU, sigla para a expressão inglesa work load units, que em bom português mede o potencial econômico de cada terminal. Com base nesse índice, a Anac determinou o quanto cada terminal deve melhorar. O índice vale para o aumento tarifário a ser autorizado em 2012. Já os aumentos deste ano foram publicados segunda-feira pelo Diário Oficial da União (DOU).
Entre os 16 maiores aeroportos do país, Confins ficou exatamente no meio da classificação, em oitavo, com uma pontuação de 65,91. O pior foi o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (27,06), e o melhor, o de Brasília (111,30). O índice leva em consideração o volume de passageiros e carga dos terminais e divide pelo custo das operações. Ou seja, quanto maior o volume de passageiros e cargas e menor o custo, melhor o índice.
De acordo com a Anac, para aplicar as tarifas cheias, Confins precisa melhorar 12,68%. Galeão precisa de um incremento de 30,78% na eficiência, enquanto Brasília, de apenas 7,48%. O consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) e ex-diretor da Anac, Allemander Pereira Filho, critica a medida e diz que ela não contempla a qualidade dos serviços prestados. ;Não depende de um aeroporto atrair mais passageiros ou conseguir mais carga. Isso depende de fatores da conjuntura econômica da região onde o terminal está situado;, afirma. Por isso, Allemander acredita que o índice fará com que as administrações cortem os custos, o que prepara o caminho para a privatização dos terminais.
Allemander cita o exemplo de Confins, notório por problemas crônicos e que obteve uma boa classificação no ranking: ;Não é um padrão de serviço;. O representante das companhias aéreas acredita que, com a prometida ampliação do terminal 1, os custos devem aumentar, o que deve piorar a posição do terminal no ranking criado pela Anac. Porém, ele pondera que a ampliação e até mesmo a criação de um outro terminal é essencial para o conforto do passageiro. A Infraero, em Confins, não se pronunciou sobre o índice.
Descontos
Após a revisão das tarifas em 2013, as metas serão reavaliadas a cada cinco anos. A resolução da Anac também prevê que poderão ser concedidos descontos, pelos administradores aeroportuários, em qualquer das tarifas com base em critérios objetivos, como facilidades de horários e de temporadas, que devem ser tornados públicos aos usuários com antecedência mínima de 30 dias.
Já nos horários de pico, o teto previsto para cada tarifa poderá ser acrescido de até 20%. Entretanto, essa elevação deverá ser obrigatoriamente compensada por descontos em outros períodos, desde que, ao fim de um ano, o valor médio arrecadado com essas tarifas não ultrapasse o limite estabelecido pela agência.
Treinamento
Enquanto se discute no mercado de aviação se há ou não o risco de um ;apagão; de pilotos, a Gol estuda a criação de um centro de treinamento próprio para agilizar a formação desses profissionais, a exemplo do que a rival TAM faz há cinco anos. ;A ideia é montar um centro de treinamento com dois simuladores;, diz Adalberto Cambauva Bogsan, vice-presidente técnico da Gol. A decisão deve ser tomada em dois meses. Desde que foi fundada, há dez anos, a Gol realiza o treinamento dos seus pilotos de forma terceirizada no centro da fabricante de simuladores da canadense CAE, em São Paulo. Ele dura seis meses. Segundo Bogsan, com a criação do centro de treinamento próprio, esse prazo deve ser reduzido em pelo menos 45 dias.