postado em 03/02/2011 08:48
O Google acusa a Microsoft de copiar algoritmos usados para busca na rede no sistema Bing. Em seu blog oficial, a companhia alega que a empresa de Bill Gates monitora os resultados apresentados pelas pesquisas de termos no Google e os reproduz na plataforma Bing. Um indício do plágio, afirma a acusadora, foi constatado a partir de um teste aplicado pela própria interessada. Ao pesquisar a palavra ;tarsorrhaphy; (tarsorrafia), com a grafia errada ;torsoraphy;, o Google aponta o erro e mostra primeiramente a lista dos resultados de busca para a escrita correta da palavra, cujo primeiro lugar é da Wikipedia. A mesma pesquisa no Bing indica o artigo da Wikipedia na primeira posição, mas sem fazer a correção.A desconfiança começou exatamente a partir de resultados muito semelhantes para pesquisas com erro de digitação ou com a grafia errada. O Google afirma que a Microsoft pratica espionagem ao obter dados de pesquisas feitas na concorrente por meio de uma barra de ferramentas instalada no Intenet Explorer, navegador criado por Bill Gates.
Justificativa
A Microsoft também divulgou comunicado oficial, por meio do qual nega que copie resultados pesquisados. A acusada afirma usar vários sinais e abordagens quando elabora os resultados do ranking de pesquisa e que o objetivo global é fazer um melhor trabalho para determinar a intenção da busca, com intuito de dar a resposta mais relevante para uma determinada consulta. ;Programas como o da barra de ferramentas podem ajudar com dados de cliques, um dos muitos sinais de entrada. Nós e outros motores de busca os usamos para classificar os sites;, justificou Stefan Weitz, diretor do Bing, na nota.
Wanderson Castilho, autor do livro Manual do Detetive Virtual e especialista em crimes na internet, disse que as acusações são levianas. Segundo ele, é precipitado falar em plágio sem que tenha havido uma comprovação de que o código fonte usado pela Microsoft seja o mesmo usado pelo Google. ;É perfeitamente possível chegar ao mesmo lugar por caminhos diferentes. Resultados iguais não significam, necessariamente, que o código tenha sido copiado;, explicou.
Esta não é a primeira vez que as duas empresas se engalfinham. No ano passado, foi a vez da Microsoft alfinetar a concorrente. Na ocasião, a criadora do Windows divulgou que, no entendimento da companhia, as ações do Google seriam prejudiciais à competição e o público deveria se queixar às autoridades responsáveis. As acusações foram feitas em referência ao que a empresa de Bill Gates considera como sendo prática agressiva de mercado e falta de transparência em relação aos procedimentos adotados pela rival.
Daily chega ao iPad
A empresa News Corp., do magnata das comunicações Rupert Murdoch, lançou ontem o The Daily, primeiro jornal digital exclusivo para o iPad ; tablet da Apple. Murdoch e Eddy Cue, vice-presidente de serviços de internet da Apple, apresentaram a novidade em um evento no Museu Guggenheim, em Nova York, ressaltando que o mercado global de mídia está vivenciando uma verdadeira revolução.
O Daily terá custo de US$ 0,14 por dia, US$ 0,99 por semana ou US$ 39,99 por ano. As notícias serão enviadas automaticamente ao assinante toda manhã. A News Corp. contratou cerca de 100 pessoas para trabalhar no projeto, incluindo jornalistas veteranos de publicações tradicionais, como New Yorker, Forbes e New York Post. O investimento previsto é de US$ 30 milhões.
O jornal digital trará artigos noticiosos, gráficos interativos, vídeos e fotos em alta definição, desenvolvidos sob medida para a tela tátil do iPad. O Daily terá também um site gratuito na internet ; disponível no domínio thedaily.com ; que oferecerá aos usuários uma pequena seleção do conteúdo original disponibilizado diariamente no tablet. Murdoch, um dos maiores defensores da imprensa no papel, disse que o jornal on-line pode ser a salvação da indústria de impressos.
O lançamento do Daily deveria ter ocorrido no mês passado em São Francisco, mas o evento foi adiado no último minuto pelo anúncio de que o diretor executivo da Apple, Steve Jobs, entraria em nova licença médica. Jobs, de fato, licenciou-se para tratar de problemas de saúde que o acompanham há pelo menos três anos. Conforme os executivos que vão dirigir o jornal, os acessos serão gratuitos nas duas primeiras semanas.
Murdoch disse em abril de 2010 que o iPad é ;um vislumbre do futuro;. Confiante no sucesso do produto, o empresário mobilizou alguns de seus mais próximos colaboradores para formatar a ideia e encontrar maneiras de torná-la viável comercialmente. ;Haverá dezenas de milhões destes aparelhos vendidos em todo o mundo. Podem ser a salvação dos jornais, porque você deixa de ter custos com papel, tinta, impressão, transporte;, disse em uma das muitas entrevistas que concedeu ao longo do ano passado. Segundo ele, o iPad ;não destrói o jornal tradicional, ele apenas chega de um jeito diferente;.