postado em 03/02/2011 19:38
Operadores do mercado financeiro dão como certo que a Gol, controlada pela família Constantino, está negociando uma possível compra da estatal portuguesa TAP. A operação seria fechada em parceria com fundos de investimentos. Para a Gol, o negócio representaria um salto e tanto, já que permitiria à empresa expandir as rotas internacionais, atualmente restritas a 12 destinos na América do Sul, para entrar com tudo na Europa. Além disso, a operação pode acirrar a concorrência com a LaTam, companhia resultante da fusão entre a TAM e a LAN, do Chile. Se a compra for efetivada, a frota da Gol subirá das atuais 112 aeronaves para 183.
Os Constantino estariam tratando da fusão desde outubro de 2010, mês em que o governo português anunciou o interesse em concluir a venda da TAP até março deste ano. O governo de Portugal pretende arrecadar 6 bilhões de euros com a venda de quatro ou cinco estatais para tentar equacionar o déficit nas contas públicas que aflige o país. Além da Gol, empresas como a Qatar Airways, a Lufthansa e a International Airlines Group (IAG), companhia resultante da fusão entre British e Iberia têm interesse na TAP.
Demetrius Lucindo, economista da corretora Prosper, considera bem fundamentadas as informações sobre o negócio. "Todos os indícios levam a crer que realmente existe o interesse da Gol pela TAP. Além disso, os dois países têm um histórico de grandes transações, como a da Oi com a Portugal Telecom", sugere.
Procuradas pela reportagem do Correio, Gol e TAP não confirmaram o negócio. Em resposta a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Gol informou aos investidores que não possui qualquer fato relevante a divulgar em relação às notícias que circulam sobre a compra da TAP e que não está ciente das atividades de investimento porventura consideradas e/ou efetuadas por seus acionistas.