Agência France-Presse
postado em 08/02/2011 11:26
PEQUIM - O Banco Central chinês decidiu nesta terça-feira (8/2) aumentar sua taxa básica de juros pela terceira vez em quatro meses, como parte dos esforços das autoridades de Pequim para frear a inflação ante o temor de revoltas sociais.A instituição monetária informou, em um breve comunicado, que vai aumentar a taxa de juros para os depósitos e empréstimos a um ano em 0,25% percentuais, para elevá-las a 3 e 6,06%, respectivamente.
Em outubro, o BC chinês havia aumentado suas taxas básicas pela primeira vez em quase três anos para frear o fluxo de liquidez que estava alimentando a inflação e pressionando os preços imobiliários.
As autoridades monetárias chinesas voltaram a subir as taxas em 25 de dezembro passado.
A inflação, assunto que preocupa muito Pequim, teve em novembro passado seu nível mais alto em dois anos, 5,1%, antes de desacelerar a 4,6% em dezembro.
A inflação foi de 3,3% para o conjunto de 2010, acima do objetivo oficial de Pequim, de 3%.
Para 2011, o governo chinês flexibilizou suas metas e se propõe agora a conter a alta do índice de preços em 4%, admitindo deste modo suas limitações para frear a inflação.
Segundo o especialista Brian Jackson, do Royal Bank of Canada, esta nova decisão do BC chinês de subir a taxa básica evidencia o fato de que a inflação se converteu no eixo das políticas governamentais do gigante asiático.
Ante o temor histórico de que a inflação possa dar lugar a revoltas sociais pelo impacto da alta dos produtos básicos nas classes menos favorecidas, as autoridades chinesas já tomaram vários tipos de medidas para tentar frear o problema e evitar além disso um reaquecimento da economia.
Entre as medidas houve, além das altas das taxas básicas, a exigência de que os bancos aumentem suas porcentagens de reservas que não podem ser parte dos empréstimos.
Mas no mês passado o diretor do BC, Zhou Xiaochuan, advertiu que a inflação continuava sendo mais alta que o esperado e que as autoridades seguiam a questão de perto, sugerindo uma nova alta das taxas de juros, tal como ocorreu.
Depois de 30 anos de extraordinário crescimento graças a um modelo centrado nas exportações, a China necessita de uma nova rodada de reformas para passar de seu atual status de gigante emergente ao de potência mundial desenvolvida, assinalaram em janeiro os especialistas reunidos no Fórum de Davos (Suíça).