postado em 10/02/2011 08:35
O ingresso de capital estrangeiro no Brasil deixou um saldo de US$ 15,5 bilhões em janeiro ; o segundo maior valor desde que o Banco Central começou a fazer o levantamento, em 1982. O montante ficou atrás apenas dos US$ 16,5 bilhões de junho de 2007. Nos primeiros quatro dias de fevereiro, o saldo ficou positivo em US$ 39 milhões. Em ritmo forte, as entradas colaboraram para que o dólar se mantivesse em uma tendência de queda e permanecesse cotado ao redor de R$ 1,65, limite tolerável pelo governo.A dívida dos bancos no mercado à vista, também chamada de posição vendida, recuou e diminuiu a pressão sobre a moeda norte-americana. A aposta das instituições caiu de US$ 16,8 bilhões em dezembro para US$ 11 bilhões no mês passado, um movimento no sentido de se enquadrarem
às normas restritivas do BC.
[SAIBAMAIS]O fluxo de dinheiro para o Brasil em janeiro superou até mesmo os ingressos de setembro de 2010, quando, em função da capitalização da Petrobras, US$ 13,7 bilhões entraram no país. Também venceu o movimento cambial de outubro de 2009, quando a oferta de ações do Santander atraiu US$ 14,6 bilhões. Na avaliação de especialistas, a chuva de dólares do mês passado foi reflexo, principalmente, da estratégia de empresas brasileiras que estão captando recursos no exterior por meio de emissão de dívidas.
;Com os juros baixos lá fora, e os daqui bastante elevados, essa operação tornou-se muito vantajosa;, ponderou Rossano Oltramari, analista-chefe da corretora XP Investimentos. Nos cálculos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), pelo menos US$ 10 bilhões ingressaram no país por conta dessas emissões.