Rosana Hessel
postado em 11/02/2011 08:37
Após uma saraivada de críticas durante a semana sobre sua ineficiência, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que está apurando as causas do apagão em oito estados do Nordeste ; iniciado na noite de quinta-feira passada e que se estendeu pela madrugada da sexta-feira ; e o de São Paulo, ocorrido na tarde da terça-feira. Mas ocomunicado não minimizou as desconfianças dos especialistas sobre a qualidade da fiscalização, especialmente após a redução da multa contra Furnas, estatal responsável pela interrupção do fornecimento de energia a 18 estados em novembro de 2009.
;Não adianta a Aneel dizer que está investigando. Há um problema muito sério na manutenção dos sistemas de transmissão e de distribuição de energia no país e a fiscalização não está ocorrendo como deveria;, alertou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires. A apuração da Aneel faz parte de uma investigação informal, já que a agência ainda aguarda o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), sobre o apagão.
Problemas
A expectativa é que o documento seja entregue hoje ao órgão regulador e ao Ministério de Minas e Energia para que a investigação formal tenha início. Na visão de Pires, a série de interrupções de fornecimento de energia dos últimos dias mostra que pouco se fez para melhorar a infraestrutura de transmissão, após o apagão de novembro de 2009. ;A rede não é robusta como deveria e não foi modernizada.;
Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe, instituição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também acredita que há sérios problemas na estrutura e na fiscalização do sistema elétrico nacional. ;Hoje, o Brasil realmente não tem problemas de geração de energia. Mas esses apagões recentes mostram que existem sérios problemas. As interrupções no fornecimento de energia estão cada vez mais frequentes;, lembrou.
Pré-sal atrai os EUA
Mais de 100 empresas americanas querem entrar no Brasil para aproveitar as oportunidades que surgem com a exploração do petróleo da camada pré-sal. ;Há um grande número de firmas americanas interessadas em investir localmente, algumas já instaladas e muitas outras que ainda não estão aqui;, disse ao Correio o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon. Na avaliação da autoridade, o aumento do interesse ocorre porque a economia brasileira está mudando rapidamente e se globalizando.
As companhias das áreas de petróleo, gás e de serviços financeiros são as que mais demonstram vontade em fincar o pé em solo brasileiro, de acordo com o embaixador. Shannon participou ontem de um encontro sobre economia entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Departamento de Estado dos Estados Unidos, no Palácio do Itamaraty. Segundo o secretário assistente para economia, energia e negócios dos EUA, Jose Fernandez, o diálogo ajudará a estruturar a agenda do presidente americano Barack Obama no Brasil, em março.
;Não discutimos o número de oportunidades de parcerias
existentes, mas elas são muitas;, ressaltou Fernandez. Uma das áreas de maior interesse dos investidores americanos é a de infraestrutura, especialmente em função da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Ele lembrou que há muito o que fazer em rodovias, ferrovias, aeroportos e, principalmente, nos estádios. ;Estamos muito entusiasmados com tantas oportunidades no Brasil.; (RH)