postado em 12/02/2011 08:10
Depois de investir por 13 anos no sistema operacional Symbian, a Nokia jogou a toalha e anunciou que irá abandonar a sua tradicional plataforma para adotar o Windows Phone 7 para smartphones da Microsoft. A aliança, que visa reforçar a presença de ambas as empresas no mercado de telefones móveis, tem como objetivo estratégico fazer frente a duas marcas que entraram há pouco mais de quatro anos no negócio de celulares, mas que modificaram o cenário do setor: Apple e Google.;Atualmente, desenvolvedores, operadoras e consumidores querem aparelhos móveis mais completos, que incluam não só o produto em si, mas softwares, serviços, aplicativos e suporte ao cliente, que juntos criam uma ótima experiência;, afirmou o presidente da Nokia, Stephen Elop. ;Nokia e Microsoft irão unir forças para entregar um ecossistema móvel sem concorrentes, com escala global. Agora, a corrida tem três cavalos no páreo;, disse, referindo-se a Apple e Google, que possuem como principais armas os sistemas operacionais iOS e Android e as lojas virtuais App Store e Android Marketplace, respectivamente.
Além de adotar o Windows Phone 7 como a principal plataforma, a marca finlandesa irá usar o serviço de busca Bing em suas ferramentas. Em contrapartida, a Microsoft tornará o Nokia Mapas o principal serviço de localização da companhia. Outra novidade é a integração das lojas de aplicativos e conteúdos Ovi, da Nokia, e Microsoft Marketplace.
Mais do que uma parceria entre duas importantes marcas de tecnologia da informação, a declaração de cooperação entre Nokia e Microsoft foi recebida pelo mercado como um reconhecimento de que os esforços dos últimos anos da fabricante de celular em manter uma plataforma atraente foram em vão. Após o anúncio, as ações da Nokia na Bolsa de Valores de Helsinque caíram 11%. ;Eles anunciaram uma grande união com a Microsoft, mas ao mesmo tempo não reduziram seus gastos com pesquisa e desenvolvimento. Acredito que as margens de crescimento deverão ser revistas;, disse Richard Windsor, estrategista mundial de tecnologia da Nomura.
Recusa
As mudanças ocorrem cinco meses depois de a Nokia ter nomeado Stephen Elop, antigo executivo da Microsoft, como presidente da empresa. Ele assumiu o posto com a missão de recuperar o prestígio da companhia, especialmente no lucrativo mercado de smartphones. Durante o anúncio da parceria, Elop revelou que a Nokia chegou a procurar o Google para negociar a adoção do sistema Android em seus celulares, mas mudou de ideia por não concordar com o modelo de negócio proposto. Segundo Elop, a fabricante teria que ceder ao Google parte considerável da receita proveniente dos seus serviços.
Criado em 1998 para rodar em celulares da empresa finlandesa, o sistema operacional móvel Symbian perdeu importância quando o mercado de telefonia móvel passou a focar não apenas a união do software e do hardware, mas a existência de um sistema completo, formado também por desenvolvedores e lojas de aplicativos.
Smartphones congestionam redes
Os telefones inteligentes, ou smartphones, estão provocando um sério congestionamento nas redes mundiais de dados para aparelhos móveis, exigindo uma ação rápida dos governos a fim de garantir o crescimento da banda larga sem fio, revelou o secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Hamadoun Toure. A preocupação surgiu após a constatação de que aparelhos como o iPhone, da Apple, consomem cinco vezes mais dados que celulares tradicionais, reduzindo a capacidade da banda de atender os usuários. Embora operadoras tenham investido bilhões para modernizar suas redes, os congestionamentos de dados já ocorrem em Nova York, Londres e São Francisco.
ANÁLISE DA NOTÍCIA
Atrás da nova via
No mercado de tecnologia, tentar recuperar o atraso pode ser um jogo doloroso e tão decepcionante quanto ter largado atrás para algumas empresas. Ao insistir numa plataforma pouco atrativa para desenvolvedores e usuários, a Nokia viu a Apple criar um novo mercado onde o aplicativo se tornou mais importante que o celular. Durante o tempo em que hesitou em aceitar a nova realidade do mercado, viu também o Google traçar parcerias com fabricantes de smartphones e roubar-lhe a liderança do setor. Quando resolveu, então, se mexer, optou por associar-se a uma marca, que apesar de ser inegavelmente grande, nunca provou entender da essência do segmento, que agora sobrevive de um ecossistema, e não em torno de um software. Ao abrir mão tardiamente do Symbian e adotar exclusivamente o Windows Phone 7, deixando de lado definitivamente o Android, a Nokia procura uma terceira via numa estrada que, por enquanto, só tem duas faixas. (FB)
Fibra ótica na floresta
Gustavo Henrique Braga
Enviado especial
Manaus ; A Oi e o governo federal inauguraram ontem uma rede de fibras ópticas que beneficiará consumidores de Manaus (AM) e de pequenas cidades da região, como Mucajaí, Iracema, Caracanaí, Rorainópolis, Nova Equador, Nova Colina e Presidente Figueiredo (RR). Os investimentos são o resultado de uma exigência feita para a aprovação da compra da Brasil Telecom pela Oi.
O novo cabo ajudará a mitigar os altos preços da internet no Amazonas, onde os assinantes chegam a pagar R$ 400 por uma conexão de 300 kilobits por segundo (kbps). O grande desafio para a expansão da banda larga no interior do país é a falta de interesse por parte das teles, que preferem investir nas grandes cidades, onde a infraestrutura é mais barata e o retorno comercial é mais atraente, devido à maior concentração de consumidores.
A Oi promete oferecer 1 megabit por segundo (Mbps) por R$ 69,90 mensais. ;Até hoje, o fornecimento de internet para Manaus funcionou via satélite, com capacidade 1 gigabits (Gbs). Agora, será por fibra ótica, que comporta até 400Gbs;, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. ;Temos, hoje, 40 mil portas de acesso instaladas. Até março, queremos elevar esse número para 80 mil;, afirmou Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi. A empresa tem investimentos de R$ 2 bilhões programados para a Amazônia em três anos. Desse montante, R$ 350 milhões foram aplicados no Cabo da Boa Vista a Manaus, com 784 quilômetros até Boa Vista (RR).
Essa é a segunda estrutura de fibra que corta o Amazonas. Desde 2006, a Embratel tem uma infraestrutura de cabo através do rio desde Porto Velho (RO). A empresa, inclusive, aumentou a capacidade de sua rede no ano passado.
O repórter viajou a convite da Oi