postado em 15/02/2011 16:06
Alguns setores da indústria brasileira estão gastando cada vez mais energia para produzir a mesma quantidade de reais. A constatação foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e consta do estudo Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, Economia e Bem-Estar Humano, divulgado nesta terça-feira (15). O relatório mostra que a indústria nacional anda no sentido oposto ao desejável e que hoje é perseguido pela maioria das indústrias mundiais, que é produzir cada vez mais sem aumentar o consumo de energia.;Alguns ramos do setor industrial, em especial ferro-gusa, minerais não metálicos, aço, papel celulose e, em menor intensidade, indústria química, estão gastando mais energia para produzir a mesma quantidade de reais. Ou seja, a intensidade energética deles tem aumentado, quando no mundo todo ela tem reduzido;, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Gesmar Rosa Santos. ;O que se espera é que se gere a mesma quantidade de riqueza com a mesma ou com menor quantidade de energia;, completou.
De acordo com o pesquisador, como o setor industrial demanda 35% da geração de energia nacional, ;acabamos demandando mais energia, mais produção de energia e mais investimento em geração de energia, em vez de economizarmos e de termos uma maior eficiência energética;.
Investimento
A solução, segundo ele, é investir em processos industriais, inovação tecnológica, substituição de equipamentos por modelos mais eficientes e, ainda, combinar isso com a oferta de produtos menos intensivos em energia. Esse tipo de preocupação, afirma Gesmar, já faz parte das grandes indústrias brasileiras mas, no geral, ;a coisa ainda está iniciando; entre as demais.
;A CNI [Confederação Nacional da Indústria] já se mostrou bastante interessada nessa questão, bem como a Eletrobras. Há também linhas do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] disponibilizando recursos para que as empresas façam essa modernização, para que economizem energia;, disse o pesquisador.