Agência France-Presse
postado em 15/02/2011 16:48
Washigton - O aumento dos preços dos alimentos fez com que, entre junho e dezembro do ano passado, 44 milhões de pessoas caíssem abaixo do limite da extrema pobreza, anunciou nesta terça-feira (15/2) o Banco Mundial.Os custos dos alimentos continuam aumentando até os níveis de 2008, quando os picos alcançados pelos preços da comida e do petróleo causaram estragos para os pobres, assinala o Banco Mundial, que divulga estas cifras antes do encontro dos ministros das Finanças do G20 nesta semana.
"Os preços mundiais dos alimentos estão subindo a níveis perigosos e ameaçam milhões de pobres em todo o mundo", afirma o presidente do Bird, Robert Zoellick, em comunicado.
"O aumento dos preços já está enviando milhões à pobreza e tem particular impacto entre os mais vulneráveis, que gastam mais da metade de suas rendas em comida".
Na sexta-feira, será iniciada em Paris a cúpula de dois dias de ministros das Finanças e diretores de bancos centrais do G20.
Segundo a última edição do relatório de vigilância de preços dos alimentos do Banco Mundial, Food Price Watch, os preços subiram 15% entre outubro de 2010 e janeiro de 2011.
O banco indicou que isso levou a um consequente aumento no número de pessoas que vivem na extrema pobreza, ao forçar os menos favorecidos a se alimentar menos, com comida pouco nutritiva, o que deriva em uma alta da taxa de desnutrição.
O patamar de extrema pobreza define-se por gastos de 1,25 dólar por dia e por pessoa.
O Bird informou que os preços dos alimentos subiram 29% em relação a um ano atrás e estão a apenas três pontos percentuais abaixo dos recordes de 2008.
Em um relatório de dezembro de 2008, economistas do banco tinham estimado que 105 milhões de pessoas somaram-se à extrema pobreza, que naquele momento equivalia a gastos de 1 dólar por dia por pessoa.
O Bird indicou que desta vez mais pessoas não caíram na extrema pobreza graças a dois fatores: as boas colheitas na maioria dos países africanos e a um aumento moderado do preço do arroz.
O banco também informou que seu programa de resposta à crise alimentar mundial está colaborando com 1,5 bilhão de dólares para cerca de 40 milhões de pessoas que precisam de ajuda.