Economia

Desequilíbrios econômicos e inação incentivam o protecionismo

Agência France-Presse
postado em 18/02/2011 18:16
PARIS - Os desequilíbrios mundiais devem reduzir, senão "o recurso de um ou mais países ao protecionismo (...) será apenas uma questão de tempo", afirmou o governador do Banco da Inglaterra, Mervyn King, em um texto publicado nesta sexta-feira (18/2) em Paris, à margem do G20 Finanças.

A França, que preside o G20 este ano, tenta chegar a um acordo sobre indicadores para a medição de desequilíbrios mundiais, por ocasião desta reunião de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais do G20, organizada em Paris nesta sexta-feira e sábado.

"Os principais países com excedente e com déficit realizam estratégias econômicas em total contradição, e isso deixa certo número de vítimas", afirmou o banqueiro Mervyn King num texto publicado nesta sexta-feira no relatório de estabilidade financeira do Banco da França.

"Na verdade, as economias de mercados emergentes que optaram por um regime de câmbio flutuante sofrem agora com os esforços de outros países para manter as taxas de câmbio em um nível baixo", acrescentou.

Se medidas não forem tomadas para reduzir estas diferenças, "o recurso de um ou mais países ao protecionismo, visto como única ferramenta disponível em nível nacional para possibilitar o necessário reequilíbrio, é apenas uma questão de tempo", segundo King.

Um fenômeno que "pode levar, como nos anos 30, a um colapso desastroso da atividade no mundo inteiro", de acordo com o governador do Banco da Inglaterra.

Para tratar esses desequilíbrios, King sugere a consideração de "um grande número de medidas potenciais não se limitando à questão das taxas de câmbio".

Ele menciona, em particular, "regras para controlar as entradas de capital", programas de incentivo à poupança nos países com déficit e reformas estruturais para estimular a demanda nas nações com superávit.

"Precisamos de uma liderança política, como foi no caso de Bretton Woods. Christine Lagarde, vamos dar as mãos, estamos com você", disse durante a conferência organizada em Paris, junto da ministra francesa da Economia, Cristina Lagarde, e os principais governadores de bancos do G20, à margem da reunião de grandes banqueiros.

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