O brasileiro, que vinha sofrendo com a disparada dos preços dos alimentos e dos serviços desde o fim de 2010, agora está sob uma enxurrada de reajustes de serviços públicos. Tarifas de ônibus urbanos e interestaduais, água, luz, metrô, além dos valores do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) já foram elevados ou estão prestes a ser reajustados pelos governos locais. Muitos, atrelados aos Índices Gerais de Preços ; indicadores que subiram mais de 10% em 2010 ;, ditam, agora, o peso que incidirá sobre o bolso do consumidor. Em alguns casos, o impacto inflacionário será superior aos dois dígitos.
As perspectivas não são as mais favoráveis para o orçamento das famílias. Além de todos esses aumentos, que normalmente se concentram no primeiro semestre do ano, a escalada de preço dos alimentos ainda não apresenta sinais de arrefecimento. Para este início de 2011, o transporte público é o que mais tem pesado nas contas do consumidor. Em São Paulo, o reajuste da tarifa de ônibus urbano, de 11,11% em janeiro, foi motivo de protestos e causou conflitos entre estudantes e as forças policiais da cidade. Em Belo Horizonte, o reajuste foi um pouco menos intenso. Ainda assim, superou a inflação de 2010 (5,91%). A prefeitura da cidade autorizou elevar a tarifa em 6,52%.
O músico Fabiano Aires sentiu no bolso a alta nos preços da passagem entre Belo Horizonte e a cidade de Lagoa Santa (MG), distante 42 quilômetros uma da outra. Para esse trajeto, a tarifa passou de R$ 3,05 para R$ 3,35 no fim de janeiro. ;Recebo o vale-transporte da empresa, mas, de qualquer forma, os descontos no salário aumentam, o que pesa bastante. Se antes gastava cerca de R$ 300, agora vou gastar mais de R$ 330;, reclamou. Além de Belo Horizonte e São Paulo, Recife e Salvador também passaram por elevações na passagem de ônibus urbano.
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