Agência France-Presse
postado em 01/03/2011 12:37
WASHINGTON - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, alertou para os efeitos de uma eventual alta constante do petróleo na recuperação da economia americana, enquanto se mostrou confiante sobre as perspectivas do emprego no curto prazo."Uma alta duradoura dos preços do petróleo e de outras matérias-primas representaria uma ameaça tanto para o crescimento econômico como para a estabilidade de preços, particularmente se isso provocar uma menor concordância com as expectativas de inflação", declarou Bernanke diante do comitê bancário do Senado, em sua audiência semestral.
No entanto, "o mais provável é que a recente alta dos preços desta matéria-prima leve, no máximo, a um aumento temporário e relativamente modesto nos preços ao consumidor", disse o presidente de banco central.
"Essa perspectiva ocorre conforme as previsões dos membros do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) e da maioria dos analistas privados", completou.
Bernanke reiterou aos congressistas que o FOMC continua "firmemente decidido em garantir a estabilidade de preços" e afirmou que o risco de deflação - que preocupava o Fed há apenas alguns meses - é agora estatisticamente "desprezível".
Sobre a situação geral da economia, Bernanke disse ter "razões para o otimismo" em relação ao mercado de trabalho americano.
"Realmente vemos algumas razões para sermos otimistas sobre o mercado de trabalho nos próximos trimestres", declarou Bernanke diante do Comitê Bancário do Senado, na apresentação do relatório semestral do banco central sobre política monetária.
Essas razões são "a notável queda da taxa de desemprego registrada em dezembro e janeiro, a queda das novas solicitações de seguro-desemprego e a melhoria dos planos de contratação das empresas".
No entanto, completou que "enquanto não vemos um período prolongado de contratações vigorosas, não podemos considerar que a recuperação está realmente consolidada".
O presidente do Fed reiterou seu prognóstico de que os Estados Unidos poderão necessitar de "vários anos" para recuperar os 8,7 milhões de empregos perdidos devido à crise.
A taxa oficial de desemprego nos Estados Unidos caiu 0,8 ponto entre o fim de novembro e o início de janeiro, situando-se em 9%.