Agência France-Presse
postado em 09/03/2011 19:03
Bueno Aires - O governo argentino fechou nesta quarta-feira (9/3) as portas da alfândega para os produtos importados, ao colocar limites a um universo de produtos que incluiu as famosas bonecas Barbie, um brinquedo americano emblemático.A presidente Cristina Kirchner aplicará licenças não automáticas (travas alfandegárias) a mercadorias têxteis da China, a eletrodomésticos, automóveis de luxo e telefones celulares, mas no caso da boneca loira, a medida é a mais dura, já que houve a suspensão da empresa comercializadora.
"(A empresa) cometeu uma falta grave no exercício de sua atividade", disse a entidade de arrecadação em um comunicado sobre a companhia importadora Mattel que também leva ao país personagens como Barney, Backyardigans, Max Steel, os carrinhos de brinquedo Hot Wheels e os do filme Cars, da dupla Pixar-Disney.
A Mattel, que exporta à Argentina 7,5 milhões de dólares por ano, é a maior empresa de brinquedos do mundo, com um volume de negócios em 2010 de 5,8 bilhões de dólares, mas a indústria de brinquedos é uma das mais protegidas pelo governo de Kirchner.
No entanto, a decisão governamental não teve uma origem ideológica contra a Barbie, de forma que se diferencia do caso da Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez disse que era "um perigo para a mente" das meninas.
"Há dois objetivos no governo, um explícito e outro implícito. O explícito é proteger as indústrias locais. O outro é preservar o saldo da balança comercial justamente em um ano eleitoral", disse à AFP Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb.com.
Só em janeiro passado, o superávit da balança comercial caiu 58%, com uma tendência de baixa sem pausa, depois de obter saldo positivo de 16,9 bilhões de dólares em 2009 e de 12,5 bilhões de dólares em 2010.