Economia

Economista-chefe do Bradesco volta a ser cogitado para diretoria do BC

Zeina Latif também deve ser nomeada

postado em 10/03/2011 09:20
Depois de dar posse a Altamir Lopes na diretoria de Administração e a Sidnei Marques na cadeira de Liquidações e Controle de Operações de Crédito Rural, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, começa a definir os últimos nomes que vão compor o primeiro escalão da instituição. A ideia é que dois nomes do mercado financeiro sejam escolhidos para arejar a casa, hoje dirigida exclusivamente por funcionários de carreira, e ampliar o debate sobre a política monetária. Além de Zeina Latif, economista para a América Latina do Royal Bank of Scotland (RBS), cotada para a área de Estudos Especiais, voltou a despontar o nome do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, para a diretoria de Assuntos Internacionais.

Barros conta com a simpatia do Palácio do Planalto e a expectativa é de que até o próximo Comitê de Política Monetária (Copom), em 19 e 20 de abril, tanto ele quanto Zeina já tenham sido sabatinados pelo Senado e nomeados ; a exemplo do que ocorreu com Altamir e Marques entre fevereiro e março, antes da última reunião. Tombini vem dizendo que não há pressa para as nomeações. Mas, nos bastidores, admite a prioridade em completar a diretoria do BC.

No organograma atual do BC, Luiz Awazu Pereira figura como diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, cargo no qual será confirmando, e como diretor de Assuntos Internacionais. ;Esse acúmulo de funções está próximo do fim. Tombini quer resolver logo as próximas nomeações, que só dependem do aval definitivo da presidente Dilma Rousseff;, disse um assessor do Planalto.

Ele ressaltou que Barros e Zeina são vistos como bons nomes dentro do governo e pelo mercado financeiro. ;São pessoas qualificadas o suficiente para ampliar o debate na diretoria do BC. Mas vamos esperar mais um pouquinho. Em se tratando de governo, pode haver algum contratempo e um novo ou novos nomes surgirem no circuito;, destacou o assessor.

Marques e Altamir, nomeados na semana passada, foram empossados em caráter de urgência. O Planalto tinha pressa em dar nomes de credibilidade para o Copom antes da reunião passada. A imagem da autoridade monetária e do próprio governo tem sido colocada em cheque, tanto pelo ceticismo do mercado em relação às estratégias de política monetária quanto pela inflação que vem corroendo o bolso dos eleitores de Dilma.

Perspectivas para 2011
; De olho nas medidas que poderão ser adotadas pelo governo para conter o processo de valorização do real, o mercado financeiro mantém firme a aposta de que o dólar fechará este ano valendo R$ 1,70. Pela pesquisa Focus, a taxa básica de juros (Selic), hoje em 11,75%, subirá até os 12,50% ao ano. Já os preços administrados deverão ter alta média de 4,5%. A previsão para o indicador que reajusta os aluguéis, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), piorou pela oitava vez seguida e chegou a 6,87%. A estimativa para a dívida líquida do setor público frente ao Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 39,26% para 39,50%. A previsão de crescimento da produção industrial foi mantida em 4,10%. Em relação às contas externas, houve melhoria na expectativa para o deficit em conta-corrente, que passou de US$ 66,2 bilhões para US$ 65,5 bilhões. A perspectiva para o saldo da balança comercial manteve-se em US$ 13 bilhões e para os investimentos estrangeiros diretos, em US$ 42 bilhões.

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