Nova York - Os preços do petróleo estabilizaram-se nesta segunda-feira (14/3) em Nova York, em um mercado que tenta avaliar o impacto do terremoto no Japão sobre a demanda, em meio à persistente tensão no Oriente Médio.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou em US$ 101,19 - alta de 3 centavos em relação à sexta-feira.
"O mercado petroleiro tinha sido um pouco afetado, o barril caiu até US$ 98,47 e agora se desenvolviam níveis de apoio", constatou Rich Ilczyszyn, da Lind-Waldock.
Reflexo
A queda observada na abertura, originada nos temores de que a demanda de petróleo do Japão se reduzirá depois do terrível terremoto que afetou o país na sexta-feira, foi superada durante o pregão, com os preços passando inclusive ao terreno positivo no final.
"A situação no Oriente Médio não se solucionou", afirmou Ilczyszyn, apesar de a atenção dos investidores ter se afastado parcialmente para se concentrar no Japão.
Mais de 1 mil soldados sauditas chegaram nesta segunda-feira ao Bahrein, disse à AFP um alto funcionário do reino que pediu para não ser identificado. Tropas das forças conjuntas dos países do Golfo eram esperadas no emirado, para ajudar a reestabelecer a ordem, em um momento em que os protestos contra a dinastia sunita se intensificam.
"Estão apenas a 60 milhas (menos de 100 km) da região-chave para as exportações de petróleo", afirmou Rich Ilczyszyn.
Líbia
Na Líbia, as forças de Muamar Kadafi avançam para Benghazi, a "capital" dos rebeldes.
Mais cedo, os investidores tinham passado a maior parte do pregão tentando avaliar o impacto do violento terremoto seguido de tsunami no Japão sobre a demanda de petróleo.
A catástrofe provocou danos importantes no Japão, assim como a interrupção e suspensão da atividade em algumas refinarias", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates. O fechamento das refinarias afetará, no curto prazo, a demanda por petróleo.
Entre 1,1 milhão e 1,4 milhão de barris diários de capacidade de refinamento estão fora de serviço, o equivalente a um terço da capacidade total do Japão, segundo Hussein Allidina, da Morgan Stanley.