Agência France-Presse
postado em 17/03/2011 16:52
Nova York - Os preços do petróleo dispararam nesta quinta-feira (17/3) em Londres e Nova York, impulsionados por novos atos de violência no mundo árabe e pelas operações realizadas pelas autoridades japonesas para evitar uma catástrofe nuclear.No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou em US$ 101,42, alta de US$ 3,44 em relação ao fechamento de quarta-feira.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio ganhou US$ 4,28, a US$ 114,90.
Os preços - que já tinham recuperado 80 centavos na quarta-feira - apagaram totalmente as perdas de terça-feira.
Reflexo
"O mercado estuda o Oriente Médio, onde a situação não está resolvida, e a do Japão, muito de perto", constatou Jason Schenker, da Prestige Economics.
Mas "não se percebe realmente uma mudança importante na dinâmica do mercado que explique precisamente a evolução dos preços. Depois de vários dias de baixa nos mercados financeiros, (esta quinta-feira) é um dia de recuperação", afirmou.
O balanço de mortos do terremoto seguido de Tsunami no Japão já supera os 5.000.
"A demanda (de petróleo) cairá muito, porque a atividade se reduzirá no país, como consequência do efeito negativo no curto prazo para os preços, mas no longo prazo, com a reconstrução, terá o efeito inverso", explicou Mikce Fitzpatrick, da Kilduff Report.
À espera de uma avaliação mais precisa do impacto da situação no Japão sobre o mercado petroleiro, os preços são impulsionados para cima pelas "revoltas no Oriente Médio e as potenciais interrupções da oferta" derivadas delas, completou o analista.
No Bahrein, as autoridades continuam reprimindo a oposição, disparando contra os manifestantes e prendendo seus líderes.
Na Líbia, as forças de Muamar Kadafi continuam nos últimos dias a reconquista do leste do país, às custas de combates mortíferos. O governo alertou contra toda operação militar estrangeira em seu território, ameaçando atacar o tráfico aéreo e marítimo civil ou militar no Mediterrâneo.