postado em 18/03/2011 08:46
O esperado alívio da inflação pelo governo não virá tão cedo. Os fabricantes de refrigerantes e cervejas avisaram ontem que os preços desses produtos e da água engarrafada vão subir pelo menos 10% nos próximos 60 dias, em resposta à decisão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de não adiar o aumento de impostos incidentes sobre o setor (PIS, Cofins e IPI). Os tributos serão atualizados pela variação do Índice de Preços ao Consumidor amplo (IPCA) entre 2009 e 2011. Segundo Milton Seligman, vice-presidente da Ambev e da Associação Brasileira da Indústria do Refrigerante (Abir) os novos encargos serão repassados aos consumidores ; o que será facilitado pelo forte crescimento da demanda por bebidas. O executivo destacou que a proposta das empresas era a de manter a atual tabela de impostos em troca de investimentos de R$ 7,7 bilhões na abertura e ampliação de fábricas, o que resultaria na criação de pelo menos 60 mil empregos e em R$ 1 bilhão a mais na arrecadação aos cofres públicos. A Fazenda, porém, não aceitou.
Mantega assinalou que, depois de um ano de bons resultados para o setor, chegou a hora de se fazer a correção dos tributos. A última revisão ocorreu em janeiro de 2009. Desde então, o governo optou por não fazer nenhuma mudança, por causa do estragos provocado pela crise mundial na economia brasileira. ;Infelizmente, a tradição tem sido de reajustes de impostos a cada mandato presidencial. E o setor é um dos que mais pagam tributos no país;, afirmou Seligman.