Economia

Comando da Secretaria de aviação, que ainda vai ser criada, em disputa

postado em 19/03/2011 07:00
Considerado um dos principais gargalos do país, o setor aéreo vive um período estratégico e decisivo de mudanças. Só na semana que passou, a presidência na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) mudou para o comando de Gustavo do Vale e a Gol alcançou a condição de líder no mercado doméstico, depois de mais de três anos de liderança da TAM. Agora, as atenções se voltam para a criação, nos próximos 15 dias, da Secretaria Nacional de Aviação Civil, que terá status de ministério. A dúvida é se o presidente do Banco Safra, Rossano Maranhão, que já recusou duas vezes o convite da presidente Dilma Rousseff, abrirá mão de um salário mensal próximo a R$ 100 mil para assumir o cargo. Se Maranhão recusar, o posto ficará com o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes.

Márcio já recebeu pelo menos cinco convites de trabalho desde que deixou o Ministério das Cidades ; quatro do setor privado e um do Governo do Rio de Janeiro ;, mas não aceitou nenhum. O motivo é que ele aguarda o desenrolar das negociações acerca da Secretaria de Aviação Civil antes de tomar uma decisão. Mudanças também estão no calcanhar da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Hoje, se encerra o mandato de Solange Vieira, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e o Planalto ainda não indicou um substituto. O nome mais cotado é o do atual assessor da Casa Civil, Marcelo Guaranys. As cadeiras da diretoria colegiada da agência seriam desfalcadas ainda por Cláudio Passos, cujo mandato também acaba hoje. Já foi protocolado, entretanto, junto à Comissão de Infraestrutura do Senado, um pedido da presidente Dilma para que Cláudio seja reconduzido ao cargo.

[FOTO2]No campo da administração dos aeroportos, mais transformações estão a caminho. A presidente Dilma Rousseff revelou, nesta semana, em entrevista ao Valor Econômico, que pretende abrir o controle dos terminais para concessões ao setor privado. A primeira delas pode sair ainda no primeiro semestre, para o Aeroporto São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal (RN). Todas essas mudanças ocorrem em um momento crucial para o país: uma pesquisa recente da consultoria McKinsey & Company concluiu que a precariedade dos terminais levará o país a um colapso em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 se medidas urgentes não forem adotadas.

Apenas em São Paulo, onde se concentram 25% do tráfego nacional, está previsto um acréscimo de 600 mil visitantes nos próximos quatro anos. O estudo prevê ainda que a demanda de transporte aéreo triplicará até 2030. Para piorar, 13 dos 20 principais aeroportos operam, atualmente, acima da capacidade. Esses terminais precisarão, nos próximos 20 anos, receber investimentos entre R$ 25 bilhões e R$ 34 bilhões. ;O modelo da Infraero está falido;, declarou Giovanni Bisignani, presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), em palestra na Câmara Britânica de Comércio na última terça-feira.

Prejuízo na Telebrás

; A Telebrás encerrou 2010 com prejuízo de R$ 13,8 milhões, conforme relatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As receitas com aplicações financeiras são a única fonte de recursos da estatal, enquanto o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) não entra em prática. Devido aos prejuízos, não haverá pagamento de dividendos aos acionistas nem participação nos lucros aos empregados. Ao fim do ano passado, a empresa contabilizava um patrimônio líquido negativo de R$ 22,3 milhões, decorrente, principalmente, da apropriação de despesas administrativas necessárias à reativação da companhia. A situação repete o que foi registrado em anos anteriores, já que desde o início do processo de privatização, em 1998, a Telebrás não gerou receitas.

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