Nova York - Os preços do petróleo subiram nesta terça-feira (22/3) em Nova York e mais moderadamente em Londres, sustentados novamente pela crise no mundo árabe, tanto na Líbia como no Iêmen e na Síria.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou a US$ 104, alta de US$ 1,67 em relação à segunda-feira.
Em leve queda na abertura dos negócios em Nova York, os preços recuperaram-se rapidamente.
O contrato com vencimento em maio, que na quarta-feira será o de referência, subiu US$ 1,88, a US$ 104,97.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio subiu US$ 0,74 centavos, a US$ 115,70.
Reflexo
"O mercado continua concentrado no que acontece no Oriente Médio", resumiu John Kilduff, da Again Capital. "Agora inquieta-se particularmente sobre o Iêmen, onde o presidente tem provavelmente os dias contados no poder, e por isso, as hostilidades não param".
"Não vemos nenhuma saída rápida sobre nenhum desses temas", estimou.
No quarto dia da ofensiva aérea internacional contra a Líbia, houve violentos confrontos envolvendo nesta terça-feira rebeldes e forças leais a Kadhafi no oeste do país.
Segundo analistas do Commerzbank, "é improvável que as entregas de petróleo líbio voltem rapidamente à normalidade".
O país produzia antes da crise que o afeta cerca de 1,6 milhão de barris diários, que em sua maioria exportava para a Europa.
"A situação é extremamente tensa no Oriente Médio e não apenas na Líbia, o mercado inquieta-se pela situação no Iêmen, Bahrein, na Argélia", comentou Phil Flynn, da PFG Best. "Os operadores estão em alerta".
A Síria, país governado com mãos de ferro há 40 anos pelo regime, é agora cenário de protestos sem precedentes. Mais de um milhão de manifestantes reuniram-se nesta terça-feira em Deraa (sul), onde foram rodeados por um importante número de membros das forças de governo.
No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos, foi abandonado por uma parte do exército. Nesta terça-feira, propôs deixar o poder no início de 2012, mas a oposição rejeitou a oferta, insistindo em sua partida imediata.